O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que aguarda ansiosamente um convite do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para comparecer à sua posse e que, caso receba o convite, solicitará mais uma vez autorização para a viagem ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que o investigam.
“Estou na iminência de receber um convite para comparecer à sua posse. Caso eu receba o convite, vou peticionar ao ministro Alexandre de Moraes, que é o encarregado de todos esses inquéritos, e ele decidirá se vai me liberar ou não”, declarou o ex-presidente.
Para Bolsonaro, o tratamento nos EUA será semelhante ao que recebeu durante a posse de Javier Milei, na Argentina. “Na posse do Milei, fui tratado como chefe de Estado, com toda a deferência por parte do Milei. E tenho certeza de que, nos EUA, eles vão me dar um tratamento bem honroso”, afirmou.
A declaração foi feita durante uma entrevista ao canal no YouTube da Revista Oeste. Ainda durante a conversa, o ex-presidente afirmou acreditar que o presidente Lula não comparecerá ao evento que formaliza o início do mandato de Donald Trump, devido ao seu desafeto com o líder americano e às falas da primeira-dama Janja durante o G20 deste ano.
“E eu duvido que o Lula vá. Talvez ele seja convidado por questão protocolar, mas ele não irá. Às vésperas das eleições, ele falou que, se Trump ganhasse, seria a volta do nazismo e do fascismo com outra face. Depois desse fiasco da primeira-dama do Lula falando aquele palavrão para o Elon Musk — sendo que o Musk vai ser o secretário mais importante do Trump —, não acredito que ele vá”, disparou.
“A vitória dos EUA e a esperança para o Brasil”
Durante a entrevista, que durou cerca de uma hora, o ex-presidente também reforçou a importância da vitória de Trump nos EUA como “uma esperança para o Brasil”. “Se Trump não tivesse vencido lá, nós aqui no Brasil não teríamos esperança de mais nada”.
Além disso, Bolsonaro teceu elogios a Elon Musk, que, segundo ele, é a personificação da liberdade. “Graças a Deus, Elon Musk comprou o X, o Twitter. Musk é amante da liberdade. Graças a Deus, comprou o Twitter, porque o próprio Trump, enquanto presidente, teve o seu Twitter derrubado. Imagine um chefe de Estado tendo o Twitter derrubado”.
Para fins de comparação, quando comentou a liberdade de expressão no Brasil, Bolsonaro afirmou que “eles não querem censurar a desinformação, querem censurar a verdade, a informação”, disse, à luz da regulação das big techs.
Críticas à parceria entre Brasil e China
Ao enaltecer os EUA, Bolsonaro também abordou as relações entre Brasil e China, criticando o que chamou de “entrega da soberania nacional”. Ele reiterou uma informação já desmentida pela mídia ao mencionar a suposta compra de uma mina de urânio na Amazônia por uma empresa chinesa.
“O Lula está abrindo mão da soberania brasileira e afrontando os EUA. Urânio é estratégico para qualquer país”, afirmou. Apesar disso, a exploração de urânio no Brasil é restrita à estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), e empresas privadas não podem extraí-lo.