Bolsonaro, enteados e chefões da direita tiram a ajudadora Michelle de cena. Por Moisés Mendes

Michelle Bolsonaro (PL) durante evento de lançamento da pré-candidatura de Eduardo Girão (Novo) ao governo do estado do Ceará. Foto: Vitor Alcazar

Michelle Bolsonaro tombou depois de enfrentar o marido, os enteados, o PL e o Centrão, e passar dos limites, na avaliação dos machos do fascismo. A assessoria dela admite: a ex-primeira-dama afastou-se do PL Mulher e de atividades políticas porque “a sua imunidade foi atingida”.

Isso é o que diz a nota divulgada por ela e pelo PL Mulher nas redes sociais:

“A presidente Michelle vinha lidando com algumas alterações em sua saúde e, nos últimos meses, especialmente em consequência das tensões envolvendo a prisão de seu marido e das constantes injustiças feitas contra ela e sua família, sua imunidade foi afetada e essas alterações foram agravadas, tornando necessário seu afastamento temporário das atividades no partido”.

Michelle se abateu. Não ficou sabendo com antecedência da escolha de Flávio pelo marido como candidato do bolsonarismo à Presidência e passou a ser escanteada pelo Centrão depois da afronta ao núcleo duro da família ao questionar a aliança do PL com Ciro Gomes no Ceará.

A situação é grave. Aquietou-se em casa e mandou avisar que não participará do Encontro Nacional do PL Mulher, no próximo dia 13, no Rio, do qual seria a principal estrela. Sem Michelle, o evento não existe, e por isso foi adiado para abril de 2026.

Até lá, são quatro meses, e tudo poderá acontecer num ambiente em que velhos caciques questionam o ímpeto da moça para se posicionar como liderança nacional e possível candidata à Presidência.

Chegamos a esse ponto. Michelle, a pregadora religiosa que atribui tudo a Deus, estava levando a sério a possibilidade de receber a unção do marido para enfrentar Lula.

Líderes de PP, União Brasil, PL e Republicanos, que formam a maior base da direita com estrutura de extrema direita, conseguiram: Michelle sai de cena por um tempo e não deve nem visitar o marido nesta terça, como estava previsto.

Essa é a situação do bolsonarismo. O chefão está preso, um filho fugiu para os Estados Unidos, o outro filho foi escolhido candidato, com alta rejeição dentro da própria extrema direita, e agora Michelle é escanteada e confessa estar doente.

Sempre lembrando que ela pregou que a mulher ideal deve ser ajudadora do marido, como está na Bíblia, e aceitar uma “submissão saudável” ao chefe da família.

Michelle pode ter tentado se desgrudar do chefe preso, mas os enteados, Valdemar Costa Neto, Gilberto Kassab e Ciro Nogueira avisaram Bolsonaro: “deixa com nóis que nóis resolve”. Michelle, a santinha do bolsonarismo, voltou a ser dona de casa.

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