Jair Bolsonaro e o advogado Frederick Wassef. Foto: Reprodução

A investigação da Polícia Federal sobre a venda de joias presidenciais nos Estados Unidos revelou que pessoas próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo o ex-chefe da Ajudância de Ordens, tenente-coronel Mauro Cid, participaram de uma operação clandestina para recuperar os objetos roubados e esconder o esquema criminoso.

O relatório detalha o desvio de presentes valiosos dados por autoridades internacionais durante a gestão de Bolsonaro.

O delegado da PF, Alvarez Shor, destacou que a associação criminosa estruturou uma operação clandestina para recuperar os bens, que estavam em estabelecimentos comerciais nos Estados Unidos, planejando, coordenando e executando os atos necessários para escamotear a localização e movimentação dos bens desviados do acervo público brasileiro e tornar seguro, mediante ocultação da localização e propriedade, os proventos obtidos com a venda de parte dos bens desviados.

Ao todo, a PF indiciou 12 pessoas, incluindo Bolsonaro, Mauro Cid, o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, e os advogados da família Bolsonaro, Fabio Wajngarten e Friedrick Wassef.

Os relógios Rolex e Patek Philippe foram enviados aos Estados Unidos no avião presidencial. Foto: Reprodução

A operação envolveu viagens aos Estados Unidos para recuperar as joias desviadas, quando o caso ganhou destaque na imprensa. Provas incluem conversas por aplicativos de mensagens, comprovantes de passagens aéreas, localizadores de celular e câmeras de monitoramento.

Wassef, por exemplo, viajou aos Estados Unidos com a missão de comprar de volta relógios Rolex que haviam sido desviados. Utilizei meu próprio dinheiro para adquirir o relógio. Minha intenção ao comprá-lo era cumprir uma determinação do Tribunal de Contas da União.

A PF também relatou que Bolsonaro ordenou a venda das joias nos EUA e o dinheiro desviado, cerca de R$ 25 milhões, financiou a estadia dele no país após perder as eleições de 2022 e se recusar a passar a faixa no gesto democrático ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Objetos dourados vendidos nos EUA. Foto: Reprodução

Com o fim do sigilo do relatório da PF, o Supremo também determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) analise o documento em até 15 dias e se manifeste sobre o indiciamento de Bolsonaro e seus 11 aliados.

O indiciamento é uma etapa formal de um procedimento penal e uma forma de apontar que há indícios de crime. No caso de Bolsonaro e seus aliados, a Polícia Federal considerou os crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Os 12 indiciados pela PF:

  • Jair Bolsonaro (ex-presidente da República);
  • Bento Albuquerque (ex-ministro de Minas e Energia);
  • José Roberto Bueno Júnior (contra-almirante da Marinha e ex-chefe de gabinete de Bento Albuquerque);
  • Julio Cesar Vieira Gomes (ex-secretário da Receita Federal);
  • Marcelo da Silva Vieira (ex-chefe do Gabinete de Documentação Histórica da Presidência);
  • Marcos André dos Santos Soeiro (ex-assessor de Bento Albuquerque);
  • Mauro Cesar Barbosa Cid (tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro);
  • Fabio Wajngarten (ex-chefe da Secom);
  • Frederick Wassef (ex-advogado de Bolsonaro);
  • Marcelo Costa Câmara (coronel do Exército e ex-ajudante de ordens do ex-presidente);
  • Mauro Cesar Lourena Cid (general e pai de Mauro Cid);
  • Osmar Crivelatti (capitão do Exército e braço-direito de Mauro Cid).
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Última Atualização: 08/07/2024