O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para a próxima segunda-feira (09) o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete golpistas acusados de integrarem uma organização criminosa que tentou derrubar a democracia no Brasil. As oitivas vão ocorrer no plenário da Primeira Turma da Corte e fazem parte da ação penal aberta para investigar os crimes de golpe de Estado e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Esta é uma fase crucial da investigação criminal para colocar na cadeia os que tramaram contra o regime democrático.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que Bolsonaro foi o personagem central e seria o principal beneficiado caso a tentativa de impedir o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tivesse dado certo. Os depoimentos são de acusados de fazerem parte do chamado “Núcleo Crucial” do golpe. No mesmo dia, além de Bolsonaro, serão interrogados o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto, que ocupou as pastas da Casa Civil e Defesa no governo autoritário que perdurou no Brasil entre 2019 e 2022. Também serão ouvidos o ex-comandante da Marinha Almir Garnier e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). A oitiva começa com a fala do delator, Mauro Cid.

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Nas últimas duas semanas, 52 pessoas foram ouvidas, indicadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelas defesas. As oitivas dos réus vão ocorrer de maneira presencial no Supremo, com exceção de Braga Netto, que está preso no Rio de Janeiro. A sessão será transmitida ao vivo pela TV Justiça no sinal nacional de rede de televisão e pela internet. 

Sem anistia

O deputado federal Rogério Correia destacou que o Supremo já concluiu a fase de oitiva de testemunhas e que o julgamento do caso está avançando. Ele ressaltou a importância de colocar os golpistas atrás das grades. “Não terá anistia, o julgamento dos golpistas avança normalmente no STF e os réus em breve prestarão depoimento. Uma coisa é certa, a sentença do Ministro Alexandre será célere e celebrada pela democracia”, afirmou.

O presidente do PT, senador Humberto Costa, destacou que a democracia não permite que traidores da Pátria fiquem impunes e que quem trama contra a Constituição deve ser responsabilizado e pagar por seus atos. Ele fez um comparativo com a época do regime militar, os golpistas receberam anistia. 

“Bolsonaro sentará no banco dos réus na próxima segunda-feira (09), quando será julgado pela Primeira Turma do STF. Dois anos após a tentativa de golpe de Estado, ele será confrontado sobre atos criminosos que tentaram derrubar a democracia no Brasil. Ele e outros golpistas já estão respondendo à Justiça pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Ao contrário do que aconteceu na ditadura, na democracia traidores da Pátria são julgados e pagam por seus crimes. A oitiva, marcada pelo ministro Alexandre de Moraes, faz parte da ação penal que apura a trama golpista que tentou impedir a posse e o futuro governo Lula”, disse.

Da Redação

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Last Update: 03/06/2025