Em entrevista concedida no final da manhã desta sexta-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou as decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou estar sendo vítima de “suprema humilhação” por parte do Judiciário. As declarações foram dadas ao deixar a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape), em Brasília. Bolsonaro teve de ir à secretaria para colocar a tornozeleira eletrônica.
Alvo de mais uma operação determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro usou a entrevista para se defender das novas medidas cautelares.
“O inquérito do golpe é um inquérito político. Nada de concreto existe ali. […] Não tem prova de nada. Um golpe num domingo, um golpe sem Forças Armadas, sem armas. Um golpe, realmente, de festim.”
Bolsonaro também voltou a dizer que nunca planejou deixar o país ou buscar refúgio em embaixadas, tese considerada nos autos como indício de tentativa de fuga. “Nunca pensei em sair do Brasil, nunca pensei em ir para uma embaixada. Mas as cautelares são em função disso. Eu não posso me aproximar de embaixada, tá? Eu tenho horário para ficar na rua. E, no meu entender, o objetivo é uma suprema humilhação”.
Ao ser questionado sobre os dólares encontrados em sua casa, respondeu:
“Sempre guardei dólar em casa, pô. Todo dólar pego lá tem o recibo do Banco do Brasil. […] Declaro ano que vem no Imposto de Renda.”
Na entrevista, Bolsonaro afirmou ainda que os processos contra ele são baseados em suposições:
“Não tem dúvida de que é uma perseguição. Que prova tem contra mim? […] Quando se fala de crime, você tem que ter algo concreto.”
Esta é a quarta operação de busca e apreensão contra o ex-presidente desde que deixou o Planalto. Além do uso de tornozeleira eletrônica, Bolsonaro só poderá sair de casa entre 19h e 7h, está proibido de se aproximar de embaixadas e não poderá usar suas redes sociais.