O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta terça-feira 10, não ter passado a faixa presidencial a Lula (PT), em janeiro de 2023, por temer ser alvo da ‘maior vaia da história do Brasil’.
A declaração do ex-capitão foi dada durante o interrogatório na ação que apura a trama golpista no Supremo Tribunal Federal. Ele é um dos réus no caso.
Ao ser interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, Bolsonaro forneceu a explicação. O ministro não havia o questionado sobre o episódio.
“Vossa excelência pode até perguntar: ‘por que não passou a faixa?’. Eu não ia me submeter à maior vaia da história do Brasil”, disse ele ao ministro.
Moraes, em tom de brincadeira, disse então que não iria perguntar sobre o tema. O ex-capitão, diante da ironia, insistiu.
“Alguns dizem que muita coisa aconteceu porque eu não passei a faixa. Eu não passei porque eu não ia me submeter a passar a faixa para esse atual mandatário que está aí.”
Interrogatório
Bolsonaro é interrogado nesta terça-feira após se tornar réu pela trama golpista. Ele é acusado de cometer cinco crimes, entre eles o de liderar uma organização criminosa armada e a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Ele integra o que a Procuradoria-Geral da República chamou de núcleo crucial do golpe, formado por oito integrantes. Cinco desses membros do primeiro núcleo da trama já foram ouvidos entre segunda e terça-feira. Outros dois réus – Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa, e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente – devem prestar depoimentos até, no máximo, sexta-feira 13.