
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou neste sábado (16) o hospital DF Star, em Brasília, após passar quase cinco horas realizando exames. Autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes a sair da prisão domiciliar para atendimento médico, Bolsonaro chegou ao local por volta das 9h e recebeu alta às 13h58.
Segundo boletim médico, os exames detectaram persistência de esofagite e gastrite — agora menos intensas —, além de “imagem residual” de duas infecções pulmonares recentes, possivelmente ligadas a episódios de broncoaspiração. O documento aponta ainda a necessidade de tratamento medicamentoso contínuo para o quadro digestivo e manutenção do acompanhamento da hipertensão arterial e do refluxo.
De acordo com aliados e familiares, Bolsonaro apresentou nas últimas semanas crises de soluços, falta de ar e dificuldades para concluir frases, sintomas atribuídos à esofagite provocada por uma cirurgia abdominal realizada em abril. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que a frequência dessas crises aumentou desde o início da prisão domiciliar, motivando a nova bateria de exames.

Durante o período de restrição judicial, Bolsonaro recebeu visitas de parlamentares e aliados políticos, como Junio Amaral, Luciano Zucco, Marcelo Moraes e a vice-governadora do DF, Celina Leão. Relatos indicam que, apesar das queixas físicas, o ex-presidente apresentou melhora no humor, após uma fase de oscilações emocionais e até choro ao falar da impossibilidade de contato com o filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), investigado e atualmente nos Estados Unidos.
Sem poder se comunicar com o pai, Eduardo mantém distância do Brasil para evitar apreensão de seu passaporte. Nesse contexto, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro assumiu papel central como interlocutora entre Bolsonaro e as lideranças do PL, reforçando sua presença na sede do partido e no comando do PL Mulher.
Na próxima semana, Bolsonaro deve receber em sua residência dirigentes da sigla, incluindo o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, o vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (RJ), e o senador Rogério Marinho (RN), visitas autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes.