“Temos eleições neste ano, votem com a razão e não com o coração ou emoção. Porque a composição do TSE vai mudar, já mudou, se tivermos uma grande bancada em 2026 pode ter certeza que a gente faz pelo Parlamento, não pela canetada, uma história melhor para todos nós”, discursou Bolsonaro no último dia 6, em Balneário Camboriú (SC).
No entanto, uma dessas mudanças no TSE, prevista para setembro, não traz boas notícias para Bolsonaro: o fim do mandato do ministro Raul Araújo, conhecido por suas decisões favoráveis ao ex-chefe do Executivo.
Vale destacar que Raul pertence à “ala conservadora” do TSE, atualmente composta pelos ministros André Mendonça, Kassio Nunes Marques e Isabel Gallotti. Embora este grupo não vote sempre em bloco, todos possuem alinhamentos ideológicos com o bolsonarismo.
Com a saída de Raul Araújo, o ministro Antonio Carlos Ferreira, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), assume como titular, alterando novamente o equilíbrio de forças no TSE. Ex-diretor jurídico da Caixa, ele foi indicado ao STJ em 2011 pela então presidente Dilma Rousseff.
Ex-ministros do TSE acreditam que Ferreira pode atuar como um “swing vote”, oscilando entre o grupo conservador e a ala mais progressista da Corte, liderada pela presidente do TSE, Cármen Lúcia, que também inclui os ministros Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares.
Assim, com a saída de Raul Araújo, os aliados de Bolsonaro perdem um voto considerado seguro para sua absolvição.