
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou uma bateria de exames neste sábado (21) no Hospital DF Star, em Brasília, após passar mal durante compromissos políticos em Goiás nos últimos dias. Os procedimentos incluíram coleta de sangue e tomografia computadorizada, conforme informou sua assessoria.
A crise de saúde começou a se manifestar na quinta-feira (19), durante cerimônia na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, onde Bolsonaro recebeu o título de cidadão aparecidense.
Em meio ao discurso, visivelmente debilitado, o ex-presidente interrompeu sua fala: “Desculpa, é que eu estou muito mal, vomito dez vezes por dia, talvez a 11ª daqui a pouco aí”. O episódio foi marcado por soluços frequentes e evidente desconforto físico.
Na sexta-feira (20), a situação se agravou, levando ao cancelamento de uma agenda em Anápolis. Bolsonaro chegou a participar de um evento em um frigorífico em Goiânia pela manhã, mas permaneceu apenas 20 minutos antes de se retirar para repousar. “Desculpa, estou muito mal. Vomito 10 vezes por dia”, declarou, em tom de desabafo ao deixar o local.
Após tomar medicamentos que aliviaram parcialmente os sintomas, porém causando sonolência, o ex-presidente decidiu retornar a Brasília antes do previsto.
como diz o @tuitero_rafael, se Bolsonaro fosse um cavalo, já teriam sacrificado pic.twitter.com/HLvMUmOo0p
— William De Lucca (@delucca) June 20, 2025
Este é o segundo evento público interrompido por problemas de saúde neste ano. Em abril, Bolsonaro precisou cancelar uma série de compromissos no Nordeste após passar mal em Santa Cruz (RN), sendo transportado de helicóptero para Natal e depois para Brasília em uma UTI aérea.
Na ocasião, exames revelaram a necessidade de uma complexa cirurgia abdominal de 12 horas para tratar obstruções intestinais – sequelas do atentado sofrido durante a campanha de 2018.
O cirurgião Claudio Birolini, responsável pelo procedimento realizado em abril, foi convocado para examinar o ex-presidente em Brasília. A última operação, descrita como “extremamente complexa”, exigiu três semanas de recuperação hospitalar, incluindo período na UTI, com recomendações médicas de repouso por pelo menos dois meses – orientação que não foi totalmente seguida por Bolsonaro.
As complicações de saúde do ex-presidente remontam ao atentado em Juiz de Fora (MG), que resultou em sete cirurgias até o momento. O incidente causou perfurações intestinais e hemorragias graves, deixando sequelas que continuam a demandar intervenções médicas.
Apesar das recorrentes internações, Bolsonaro mantém uma agenda política intensa, incluindo participação em eventos como a manifestação em Brasília pela anistia aos presos do 8 de Janeiro, ocorrida pouco após sua última cirurgia.