O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) bajulou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, no dia seguinte ao julgamento da Primeira Turma da Corte que o tornou réu, por unanimidade, por tentativa de golpe de Estado.
Nesta quinta-feira (27), um dia após a decisão do STF, o ex-presidente compartilhou um vídeo com um trecho do voto de Fux, no qual o magistrado critica a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. O ministro foi o único que divergiu do relator do caso, Alexandre de Moraes, e defendeu que o julgamento fosse levado ao plenário. Ele, porém, foi vencido por 4 votos a 1.
Durante a sessão, Fux apontou “omissão” por parte do ex-ajudante de ordens, destacando que o militar prestou nove depoimentos no acordo de colaboração. “Não tenho a menor dúvida de que houve omissão. Tanto houve omissão que houve nove delações”, afirmou.
O vídeo publicado por Bolsonaro apresenta uma legenda sem sentido: “A farsa da delação de Cid”. Na mesma postagem, ele ataca a Polícia Federal chamando-a de “vexame” e afirma, em mais um surto interpretativo, que a fala de Fux “desnuda” Moraes.
O detalhe que Bolsonaro ignorou é que o magistrado votou junto com os outros quatro ministros para torná-lo réu. Apesar da adulação, a suposta “farsa” não impediu Fux de se posicionar contra o ex-presidente.
O post ainda gerou comentários por sua escrita fora do comum e pela mensagem final: “Peço divulgar. Obrigado”. Internautas especularam que o vídeo poderia ter sido publicado por engano, talvez destinado a um assessor. Veja:
– A farsa da delação de Cid.
– PF, de orgulho à vexame.
– Fux desnuda A. Moraes.
– Peço divulgar. Obrigado. pic.twitter.com/AzLnrfdOR4— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 27, 2025
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