A Universidade de São Paulo (USP) informou que a manifestação pró-anistia organizada pelo pastor Silas Malafaia em prol do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contou com a participação de 18,3 mil manifestantes, contados a partir de uma ferramenta de inteligência artificial. 

No entanto, bolsonaristas utilizam o Telegram para tentar recriar esta realidade. Na rede russa, eles tentam, ainda, conferir ao ato um caráter humanitário, a partir da tese de que toda a manifestação pede a liberdade para os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, uma vez que teriam sido presos injustamente. 

Esta é a constatação do relatório Telegram: Repercussão das Manifestações e 16 de Março, do Instituto Democracia em Xeque. De acordo com o levantamento, entre os dias 10 e 17 de março, foram coletadas 21.698 mensagens de 152 canais e grupos do Telegram. 

Uma das primeiras constatações foi a de que 897 mensagens de 105 grupos estavam relacionadas ao ato. Os pesquisadores constataram que, apesar de não ser um volume elevado, o tema apareceu na maioria dos grupos bolsonaristas da rede social. 

O conteúdo das publicações utilizaram os dados da Polícia Militar do Rio de Janeiro, que teria estimado o público em 400 mil pessoas.

Em 35% das publicações (309 mensagens), a tese era a de que o ex-presidente, investigado por golpe de Estado e organização criminosa, estaria sendo “perseguido pela esquerda e pelo Judiciário”, além de apontar suposta violação da liberdade de expressão e abuso de poder.

As mensagens tentaram, ainda, emplacar a pauta da “anistia humanitária”, a fim de gerar empatia e solidariedade aos presos (em alguns casos descritos até como reféns) do 8 de janeiro e suas famílias.

“As manifestações, de 16 de março de 2025, lideradas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro tiveram uma repercussão limitada, mas ainda significativa, especialmente considerando que foram mencionadas na maior parte dos grupos e canais da amostra e o aumento expressivo na quantidade de mensagens em comparação com estudo anterior sobre o mesmo tema”, informa o instituto no relatório.

No material, conclui-se ainda que as mensagens do Telegram disseminaram amplamente a ideia de que “há multidões com Bolsonaro”, a partir dos dados da PM-RJ, e que os eixos devem ser utilizados para pressionar o avanço do projeto de lei da Anistia na Câmara dos Deputados.

Leia o relatório na íntegra:

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Last Update: 19/03/2025