O ex-presidente Jair Bolsonaro, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas – Foto: Reprodução

Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados esperavam que Tarcísio de Freitas (Republicanos), tivesse uma postura mais firme durante o depoimento que prestou nesta sexta-feira (30) ao Supremo Tribunal Federal (STF). O governador paulista foi chamado como testemunha de defesa no processo em que o ex-presidente é acusado de liderar uma trama com o objetivo de aplicar um golpe de Estado. Com informações da Folha.

Segundo aliados do ex-mandatário, a expectativa era que Tarcísio denunciasse a “perseguição” que Bolsonaro afirma sofrer. Um deles declarou: “chegar no Supremo e dizer que nunca ouviu o Bolsonaro falar sobre golpe e que nunca participou de reunião golpista é fácil”. Na visão desse grupo, era necessário ir além, mesmo correndo o risco de ser advertido pelo ministro Alexandre de Moraes.

Como exemplo, foi citado o caso do ex-deputado federal Aldo Rebelo (MDB), que, ao opinar sobre uma frase foi repreendido por Moraes. Na ocasião, o ministro chegou a adverti-lo e afirmou que ele poderia ser preso por desacato, após Rebelo ter dito que “não admitia censura”. Os aliados de Bolsonaro acreditavam que Tarcísio deveria ter mostrado a mesma disposição.

o ex-ministro e ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo – Foto: Reprodução

Tarcísio, entretanto, evitou o confronto com Alexandre de Moraes. Ele foi poupado tanto pelo ministro quanto pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Em seu depoimento, o governador focou em exaltar Bolsonaro, além de destacar que sua principal preocupação na época era “que a coisa desandasse”.

Tarcísio afirmou: “O único comentário [de Bolsonaro] era que lamentava. Foi um período de situações difíceis, crises graves, Brumadinho, Covid, crise hídrica, guerra da Ucrânia e todas elas da melhor forma possível, terminamos com superavit. A preocupação era que a coisa desandasse, uma preocupação com o futuro do país”.

“Jamais [tive conhecimento de intenções golpistas]. Nunca. Assim como nunca tinha acontecido no meu período de ministério. Nesse período em que estive com o presidente nessa reta final, nas visitas que fiz, ele jamais tocou nesse assunto e não mencionou qualquer tipo de ruptura. Encontrei um presidente triste, resignado. Esse assunto nunca veio à pauta”.

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Last Update: 30/05/2025