Bolsonaristas censuram livros e atacam a educação

Uma ofensiva bolsonarista, liderada pela deputada estadual do Ceará Dra. Silvana (PL), resultou na retirada de dois livros infantis da coleção PAIC Prosa e Poesia das escolas de Fortaleza, expondo a censura reacionária que nega qualquer liberdade de expressão real. E o Medo, que Medo Tem?, de Ana Paula Marques, e Alfrabeto, de Georgina Neves, foram suprimidos após pressão da parlamentar na Assembleia Legislativa do Ceará, em fevereiro de 2025, com requerimentos exigindo a suspensão de sua entrega às escolas municipais.
Os livros, parte de um programa estadual de alfabetização para crianças até cinco anos, chegaram incompletos a pelo menos dez escolas da capital cearense. Ana Paula Marques relatou: “soube dos vídeos da deputada em 15 de fevereiro e, depois, uma colega confirmou que a coleção chegou à escola dela; na semana seguinte, um professor me avisou que o pacote tinha só dez livros, faltando o meu e outro”.
Ela notou que “em Maracanaú, os pacotes vieram lacrados com os 12 títulos, mas em Fortaleza chegaram abertos, sem os dois alvos da crítica da deputada”. A Secretaria Municipal de Educação admitiu o problema, afirmando: “houve discrepância na distribuição; as obras seguem a legislação e os parâmetros nacionais, e a entrega dos 12 livros será concluída nos próximos dias”.
Dra. Silvana justificou sua cruzada contra E o Medo, que Medo Tem?, dizendo: “não é certo mostrar um menino de bailarina como se isso fosse ‘superar o medo’ ou ‘se libertar’, algo que ele nem pensaria; isso estimula a curiosidade de se vestir assim como ato de ‘liberação’”. Sobre Alfrabeto, que vincula letras a termos da cultura africana, como “vatapá” e “Yemanjá”, ela atacou: “é violento usar livros assim para ensinar religiões de matriz afro de forma lúdica, enquanto não há destaque ao cristianismo, evangélico ou católico, em nenhuma edição do PAIC”. Ana Paula rebateu: “a ilustração criticada fala de medo de altura, com uma criança em jogo simbólico de avião; a deputada projeta seu preconceito na imagem”.
O caso escancara a política bolsonarista de controle ideológico, que, sob pretexto moralista, asfixia a educação e a formação crítica das crianças, por meio da censura, um ataque frontal aos direitos democráticos do povo brasileiro.
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