
Um grupo de bolsonaristas assediou turistas em Roma para que assinassem um manifesto em apoio à deputada extremista Carla Zambelli, presa naquela cidade. O episódio ocorreu no restaurante Empório Brasileiro, ao lado da estação Termini.
Uma professora, que estava no local, relatou que, após ser abordada por membros do bando, foi pressionada a se inscrever numa associação chamada “Pela Liberdade de Zambelli”. Ela prefere não ter a identidade revelada por razões de segurança.
Durante a abordagem, a situação ficou ainda mais tensa quando o coronel da reserva Antônio Aginaldo de Oliveira, marido de Zambelli, se aproximou e começou a gritar com ela.
“Eles não gostaram nada quando me recusei a assinar e, em tom agressivo, perguntaram se eu não era ‘patriota’”, contou ao DCM.
Após a negativa, o grupo passou a fazer barulho dentro do estabelecimento. Segundo a professora, o comportamento dos manifestantes foi mal educado e intimidador. “Foi um assédio horrível, me senti desconfortável o tempo todo”, afirma.
O movimento defende a liberdade de Carla Zambelli e é contra a sua extradição ao Brasil, com um discurso que inclui críticas ao governo brasileiro e ao Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente ao ministro Alexandre de Moraes.
Aginaldo compartilhou nas redes sociais imagens de um protesto em Roma, em que meia-dúzia de gatos pingados pediam a liberdade da deputada e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Que horas ela volta?
Nesta segunda (8), a Justiça da Itália enviou a Moraes uma série de perguntas sobre o sistema prisional brasileiro, como parte do processo de extradição da deputada Carla Zambelli (PL-SP).
Na semana passada, a Justiça italiana decidiu suspender o julgamento do pedido de extradição feito pelo governo brasileiro, aguardando uma resposta do STF. O julgamento será retomado no dia 18 de dezembro.
Entre os questionamentos feitos, a Justiça italiana quer saber para qual prisão Zambelli seria levada caso a extradição fosse autorizada. Além disso, foram solicitados esclarecimentos sobre as condições das prisões femininas no Brasil, a ocorrência de violência e intimidação contra detentas, e a capacidade da polícia penal em manter a ordem dentro das penitenciárias.
Moraes tem até o dia 14 de dezembro para fornecer as respostas solicitadas. A comunicação oficial foi realizada pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça.
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