
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), alinhado à extrema-direita, publicou nesta quinta-feira (15) uma montagem que retrata o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um bebê reborn. Ao lado da imagem, escreveu: “Apertou faz caquinha, mas finge ser fofo”, numa tentativa de ataque ao governo federal que beira o grotesco. A publicação, marcada pelo deboche pueril, representa mais um passo na escalada de agressividade na comunicação adotada por Zema em 2025.
Na mesma postagem, o governador ainda ironizou: “Alguém quer adotar? Vive no passado e pesa no bolso”, associando o petismo a ideias ultrapassadas e a impactos negativos na economia, apesar dos bons resultados colhidos pelo país na área.
A guinada no discurso de Zema contrasta com sua postura recente. Em fevereiro de 2024, ele participou de um evento ao lado do próprio Lula, em Belo Horizonte, onde discursou a favor da conciliação política. “Temos que deixar as diferenças de lado”, disse, na época. Agora, Zema adota o caminho oposto: o confronto direto e o sarcasmo como ferramenta de exposição.
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O estopim para o rompimento com o Planalto foi o veto presidencial a trechos do Propag, programa que permitiria aos estados abater juros da dívida com recursos do Fundo de Desenvolvimento Regional. Desde então, Zema passou a intensificar os ataques ao governo federal, numa tentativa evidente de se posicionar nacionalmente.
A mudança de tom também se deve a alterações estratégicas em sua equipe. No início de 2025, o governador trocou seu marqueteiro, Leandro Groppô, pelo publicitário Renato Pereira, conhecido por atuar com figuras tradicionais do Rio de Janeiro. Desde então, as redes sociais de Zema passaram a adotar um tom mais agressivo, apelando a memes e provocações, como o episódio do “bebê Lula”.
Zema, junto com o governador de extrema-direita de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é apontado como possível presidenciável para 2026. Mas, enquanto Tarcísio tenta equilibrar o jogo institucional, Zema aposta no embate e na ridicularização, mirando o eleitor bolsonarista mais radical.
Apesar do crescente protagonismo nas redes, Zema segue negando publicamente a intenção de disputar o Planalto. “Eu não sou político. Sou um mineiro inconformado com o que fizeram com o meu estado e decidi contribuir com Minas. Vou também contribuir com o Brasil”, afirmou recentemente. A contribuição, ao que tudo indica, tem passado mais pelo Instagram do que pela governança.
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