
George Washington de Sousa, condenado por planejar um ataque com bomba no aeroporto de Brasília em 2022, foi liberado pela Justiça para cumprir prisão domiciliar. Além da concessão do benefício, o bolsonarista conta com uma rede de acolhimento formada por moradores da capital federal.
Preso em dezembro de 2022 após confeccionar e instalar uma bomba em um caminhão-tanque, o empresário confessou o plano e disse estar “preparado para a guerra”. Na época, ele também afirmou que planejava um atentado durante a cerimônia de posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, marcada para o dia 01 de janeiro de 2023.
Durante as investigações, foram encontrados fuzis, pistolas e explosivos em seu carro e apartamento, além de registros de sua participação em protestos em frente ao Quartel-General do Exército.

Durante sua prisão, o golpista buscou reduzir sua pena com cursos de direção defensiva, logística de transporte e leitura de obras literárias. Em maio de 2024, conseguiu progressão para o regime semiaberto e, posteriormente, o benefício das saídas temporárias, necessitando de um endereço fixo para garantir essas concessões.
Uma mulher de 74 anos, moradora de Candangolândia, ofereceu acolhimento ao bolsonarista. Ela declarou à Justiça que só conhecia Washington pelas redes sociais e por amigos em comum, mas aceitou hospedá-lo em sua residência, mesmo sem ter informações sobre sua vida pessoal ou antecedentes.
Em outubro de 2024, o bolsonarista recebeu uma proposta de emprego como auxiliar administrativo em um laboratório médico. A empresária responsável pela oferta afirmou que a contratação visa contribuir com a ressocialização de presos e ajudar na reintegração dele à sociedade.
A defesa de George Washington conseguiu autorização para a prisão domiciliar em fevereiro de 2025, sem necessidade de tornozeleira eletrônica.
Na próxima segunda-feira (2), ele fará sua primeira viagem desde o episódio da bomba, com destino a Belém, no Pará, para tratar de questões profissionais.
Impunidade
Neste sábado (31), a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, denunciou por meio de uma postagem na rede social X a articulação de grupos golpistas ligados à extrema-direita que continuam protegendo agentes envolvidos em crimes graves contra a democracia brasileira. O alerta veio a partir do caso do empresário George Washington.
Segundo Gleisi, esses golpistas não só continuam ativos como também conspiram com autoridades estrangeiras para ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que julgam seus crimes. Gleisi destacou a gravidade da situação e o risco que esses grupos representam para a sociedade e o Estado democrático.
Em sua postagem, a ministra afirmou que “os golpistas continuam muito bem articulados para proteger seus agentes, inclusive os que planejaram assassinar inocentes em massa na véspera do Natal”. Ela ressaltou que eles “continuam ameaçando a sociedade e a democracia e até conspirando com autoridades de um país estrangeiro para punir ministros do STF que julgam seus crimes”.
Os golpistas continuam muito bem articulados para proteger seus agentes, inclusive os que planejaram assassinar inocentes em massa na véspera do Natal. Continuam ameaçando a sociedade e a democracia e até conspirando com autoridades de um país estrangeiro para punir ministros do…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) May 31, 2025