O mecânico bolsonarista Antônio Cláudio Alves Ferreira e o relógio histórico destruído por ele durante o ataque de 8 de janeiro de 2023. Foto: Reprodução

O mecânico bolsonarista Antonio Cláudio Alves Ferreira, condenado a 17 anos de prisão por depredar relógio histórico durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, deixou o presídio em Uberlândia (MG) nesta semana. A progressão para o regime semiaberto foi autorizada pela Justiça após 2 anos e 4 meses de cumprimento da pena, com base em boa conduta e tempo já cumprido.

Embora a decisão judicial previsse o uso de tornozeleira eletrônica, Ferreira foi solto sem o equipamento por falta de disponibilidade imediata. O juiz responsável pelo caso afirmou que o detento não poderia ser prejudicado por um problema logístico do Estado e o colocou na lista de espera. Ele está obrigado a permanecer em casa até apresentar uma proposta de emprego à Justiça.

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais negou a falta de tornozeleiras, alegando que ainda há mais de 4 mil dispositivos disponíveis no sistema. Segundo a pasta, o caso de Ferreira teve liberação sem monitoramento imediato porque ele se encontrava fora da comarca de origem. Ainda assim, ele já tem data marcada para colocar o equipamento.

Ferreira foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito, tentativa de golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e dano ao patrimônio tombado.

Imagens das câmeras de segurança o flagraram destruindo um relógio do século XIX no Palácio do Planalto.

O presidente Lula durante cerimônia que apresentou o relógio histórico restaurado, em janeiro. Foto: Gabriela BIló/Folhapress

O objeto vandalizado era um relógio francês do relojoeiro Balthazar Martinot, presente do governo francês a Dom João VI em 1808. A peça é feita de casco de tartaruga e bronze não mais produzido, e possui valor histórico inestimável. Há apenas outro exemplar semelhante no mundo, em menor escala, no Palácio de Versalhes, na França.

Após um ano de restauração, o relógio voltou ao Palácio do Planalto em janeiro de 2024, durante cerimônia oficial. Ele agora está exposto na sala de audiências, próxima ao gabinete presidencial.

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Last Update: 19/06/2025