A bolsonarista Débora Rodrigues dos Santos e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

A bolsonarista Débora Rodrigues dos Santos, de 39 anos, que pichou a estátua da Justiça durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, escreveu uma carta pedindo desculpas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A carta foi escrita em 6 de novembro de 2024 e inserida no processo em novembro. O sigilo do texto foi retirado nesta quarta-feira (26) por Moraes.

Na carta, a cabeleireira afirmou que “jamais compactuou” com atitudes violentas ou ilícitas. Débora disse que foi a Brasília acreditando que participaria de uma “manifestação pacífica e sem transtornos”.

“Sou uma cidadã comum e simples e sempre mantive minha conduta ilibada. Jamais compactuei com atitudes violentas ou ilícitas. Fui a Brasília pois acreditava que aconteceria uma manifestação pacífica e sem transtornos, porém, aos poucos, fui percebendo que o movimento foi ficando acalorado”, escreveu.

“Devo deixar claro que, em momento algum, adentrei qualquer casa do Poder. Fiquei somente na Praça dos Três Poderes, encantada com as imponentes construções e sua arquitetura”, acrescentou.

Débora ainda afirmou que participou da manifestação por querer ser ouvida. “Repudio o vandalismo, contudo, estava ali porque queria ser ouvida, queria maiores explicações sobre o resultado das eleições tão conturbadas de 2022”, disse.

A bolsonarista Débora Rodrigues dos Santos após pichar estátua A Justiça. Foto: Reprodução

“Por isso, no calor do momento, cheguei a cometer aquele ato tão desprezível (pichar a estátua). Posso assegurar que não foi nada premeditado, foi no calor do momento e sem raciocinar”, completou.

Segundo a bolsonarista, quando estava próxima à estátua, um homem começou a escrever a frase e pediu para que ela continuasse. Débora escreveu “Perdeu, mané” na estátua, em referência a uma fala do presidente do STF, o ministro Luís Roberto Barroso.

“Meu conhecimento em política é raso ou nenhum. Não sabia da importância daquela estátua, nem o que ela representa ao STF, tampouco sabia que seu valor é de R$ 2 milhões. Se eu soubesse, jamais teria a audácia de sequer encostar nela”, afirmou.

A cabeleireira está presa desde março de 2023. Débora é ré por cinco crimes: abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada.

O julgamento de Débora foi suspenso após o ministro Luiz Fux pedir mais tempo para analisar o caso. O magistrado terá até 90 dias para retomar o julgamento na Primeira Turma do STF.

Moraes e Flávio Dino já haviam votado para condenar a bolsonarista a 14 anos de prisão.

Durante seu voto, Moraes destacou que as provas mostram que Débora se aliou conscientemente ao grupo golpista. Ela também permaneceu no acampamento em frente ao quartel-general do Exército em Brasília e participou dos atos de 8 de janeiro.

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Last Update: 26/03/2025