A jornalista Cristina Graeml, candidata derrotada no segundo turno em Curitiba, capital do Paraná, não faz mais parte do PMB. O anúncio foi feito por ela via redes sociais.
Segundo a gravação divulgada em seus perfis oficiais, a saída do Partido da Mulher Brasileira não significa um fim da sua tentativa de ocupar um cargo público, já que ela busca agora um novo partido para abrigar uma candidatura em 2026. A intenção, sinalizou, é disputar uma vaga no Senado, mas uma entrada na briga pelo governo do Paraná não está descartada.
“A partir de agora não estou mais vinculada a nenhum partido”, disse ao agradecer os dirigentes estaduais e municipais do PMB.
A saída de Cristina da legenda já era dada como certa desde o período eleitoral, quando o comando nacional da sigla tentou impedir a sua candidatura. O PMB chegou a declarar neutralidade quando Cristina, de forma inesperada, chegou ao segundo turno do pleito. Na gravação, ela direciona críticas ao diretório nacional da legenda.
“Sofremos ataques imensos vindos da executiva nacional [do PMB], que tentou tirar os cargos de vocês [presidente estadual e municipal] para colocar em risco a minha candidatura em plena campanha eleitoral”, diz a bolsonarista.
Antes mesmo de anunciar o desligamento, Cristina já iniciou as articulações para migrar para um nova legenda. As negociações em andamento são com o Republicanos, União Brasil e Podemos.
Em 2024, Cristina foi classificada como um dos grandes fenômenos eleitorais, saindo, em menos de um mês, de 2% de intenções de voto para disputar o segundo turno em Curitiba. A jornalista chegou a ser comparada com Pablo Marçal, ex-coach que tumultuou a eleição em São Paulo.
Na disputa, ela foi alavancada, entre outros motivos, pelo apoio informal de Jair Bolsonaro, que oficialmente era cabo eleitoral do adversário da jornalista no segundo turno, o então vice-prefeito Eduardo Pimentel.
Cristina, mesmo derrotada, foi alçada ao patamar de liderança da extrema-direita após a disputa e tem potencial para enfraquecer a influência de Ratinho Jr no estado. A avaliação foi feita por diferentes cientistas políticos em conversas com CartaCapital.