Menino apresenta o cartão do Programa Bolsa Família. Foto: Lyon Santos/Ministério do Desenvolvimento Social

Uma pesquisa publicada na revista científica The Lancet Public Health na última quinta-feira (29) apresentou dados sobre os efeitos do Programa Bolsa Família na saúde da população brasileira. O estudo, que analisou informações de 3.671 municípios entre 2004 e 2019, concluiu que a política social criada no primeiro mandato de Lula (PT) evitou mais de 700 mil mortes e 8 milhões de internações hospitalares no período.

Conduzido por pesquisadores da Fiocruz, Universidade Federal da Bahia e Universidade de Barcelona, o trabalho mostra que os benefícios foram mais significativos para crianças menores de cinco anos e idosos acima de 70. Em municípios onde o programa alcançou maior cobertura e ofereceu benefícios mais altos, a mortalidade infantil caiu 33% e as internações de idosos foram reduzidas pela metade.

“Nosso estudo mostra que políticas de transferência de renda bem estruturadas podem salvar vidas. O Bolsa Família não apenas combate a pobreza, tendo também efeitos diretos na saúde da população brasileira”, explicou Daniella Cavalcanti, uma das autoras da pesquisa.

Bebê recém-nascido: mortalidade infantil foi reduzida no Brasil após programa Bolsa Família. Foto: reprodução

O estudo cruzou dados municipais de mortalidade e internações com informações sobre a implementação do programa, considerando o percentual de famílias atendidas, o valor médio dos benefícios e características demográficas locais.

As projeções indicam que a expansão do Bolsa Família até 2030 poderia evitar outras 683 mil mortes e mais de 8 milhões de internações.

“Durante um período de múltiplas crises —econômicas, sanitárias e climáticas— reforçar programas como o Bolsa Família pode ser decisivo para proteger as populações mais vulneráveis, especialmente em países de baixa e média renda”, afirmou Davide Rasella, da Universidade de Barcelona.

Atualmente, o programa atende mais de 20 milhões de famílias, o que corresponde a cerca de 55,1 milhões de pessoas, com valor médio do benefício em R$ 667,49.

Os pesquisadores destacam que, além dos números gerais, o estudo revelou quedas específicas: 17% nas mortes por desnutrição, 21% nos óbitos por doenças infecciosas e 13% nas hospitalizações por causas evitáveis nos municípios com maior cobertura do programa.

A pesquisa, financiada por instituições britânicas como o Wellcome Trust, reforça evidências anteriores sobre como o acesso a recursos básicos pode transformar indicadores de saúde pública.

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Last Update: 31/05/2025