O empresário Ricardo Castellar de Faria, conhecido como “Rei do Ovo”, paga em média R$ 1.670 por mês para seus funcionários, segundo informações divulgadas pelo influenciador Felipe Neto. Em entrevista à Folha de S.Paulo, o dono da Global Eggs afirmou que contratar no Brasil é um “desastre” porque “as pessoas estão viciadas no Bolsa Família”.
Faria, que doou para as campanhas de Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) em 2022, argumenta que o programa social do governo federal desestimula a busca por emprego. No entanto, levantamentos revelam que sua empresa paga um valor 14% abaixo da média nacional para a função.
O cargo ainda exige que os funcionários morem na granja, o que aumentou as críticas sobre as condições de trabalho oferecidas pelo bilionário.
Com patrimônio estimado em R$ 17,45 bilhões e posição na lista de bilionários da Forbes, as declarações do empresário foram recebidas com críticas nas redes sociais.
Em suas declarações, Faria sugeriu que a solução para melhorar os salários seria a redução de encargos trabalhistas, argumentando que isso permitiria aumentar a remuneração dos funcionários.
“Ele quer que a pessoa abandone a própria família, vá viver numa granja e passe o dia todo coletando ovo e manuseando galinhas pra receber R$ 1.600”, criticou Felipe Neto no X. Outros usuários ainda apontaram que, mesmo com lucros bilionários, a empresa mantém salários considerados baixos para a função.
Vejam como funciona a lógica do bilionário.
O tal “rei do ovo” falou q não consegue funcionário pq estão “viciados em Bolsa-Família”.
Descobriram q a Granja Faria paga ridículos R$ 1.670 por mês para seus operadores de produção, sendo um dos requisitos “morar na granja”.
— Felipe Neto 🦉 (@felipeneto) June 16, 2025
Quem é o “Rei do Ovo”
Nascido no Rio de Janeiro e criado em Criciúma (SC), Faria começou a empreender aos 8 anos vendendo picolés na praia. Formado em agronomia pela UFRGS, ele fundou a Global Eggs em 2006, que hoje possui mais de 10 milhões de aves e faturou R$ 1,87 bilhão em 2022, segundo a KPMG. Antes do setor avícola, ele criou a Lavebras, empresa de higienização de têxteis vendida em 2017.
Além de comandar a Global Eggs, Faria preside a Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e mantém proximidade com políticos conservadores. Em 2021, participou de um jantar com Bolsonaro e outros empresários, reforçando seu alinhamento com pautas do governo anterior.
