O Brasil pode se tornar um novo parceiro da Bolívia na industrialização do lítio, ao lado da Rússia, China e Índia, disse o vice-ministro de Comércio Exterior e Integração, Huáscar Ajata, em entrevista à Sputnik.
“É claro que a Bolívia está aberta a atrair parceiros de múltiplas partes do mundo. Acordos e intenções de negócios já foram assinados com a China e com a Rússia. Esperamos também parceiros europeus, também da região e com o nível de tecnologia e desenvolvimento industrial que o Brasil tem pode ser um parceiro ideal, especialmente para a indústria de eletromobilidade”, explicou.
A aproximação entre os dois países ocorreu no Fórum Empresarial Bolívia-Brasil, realizado durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra, na terça-feira.
Questionado sobre quais outros produtos a Bolívia pode exportar para o Brasil, além do gás natural, ele respondeu que, “neste momento, temos um grande potencial em fertilizantes como ureia e ulexita, mas os presidentes Arce e Lula também falaram do grande potencial agroindustrial que tem a Bolívia. Frutas, grãos e cereais, carne, apesar de o Brasil ser um importante produtor de carne, ainda exige e a Bolívia tem um grande potencial.”
Na reunião bilateral, os líderes assinaram dez acordos de cooperação em áreas como hidrocarbonetos, eletricidade, imigração, combate ao tráfico de droga, saúde, fertilizantes, entre outras.
A Bolívia tem a maior reserva de lítio do mundo, com 23 milhões de toneladas, localizada principalmente em Uyuni, no departamento de Potosí, segundo dados da estatal Yacimientos del Litio Boliviano (YLB).
A Bolívia pretende instalar quatro plantas industriais até 2025, em acordo com empresas da China e da Rússia, com tecnologia de Extração Direta de Lítio (EDL).
Publicado originalmente pela Sputnik Brasil em 10/07/2024 – 11h50