
Imagens registram o momento em que Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, considerado o novo chefe da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), é entregue às autoridades brasileiras após sua prisão na Bolívia. O avião que transporta o criminoso já decolou de Santa Cruz de La Sierra com destino ao Brasil.
Tuta estava foragido há cinco anos e foi capturado na sexta-feira (16) pela força policial boliviana, a Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC), enquanto tentava renovar sua documentação com um documento falso. A Polícia Federal (PF) confirmou a prisão em operação conjunta com a Bolívia e anunciou oficialmente a ação no sábado (17).
O criminoso, que é apontado como sucessor de Marcos Camacho, o Marcola — atual líder do PCC preso em presídio federal brasileiro — possui condenação de 12 anos por organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Ele figurava desde 2020 na Lista Vermelha da Interpol, sendo um dos foragidos mais procurados.
Após a prisão, Tuta foi entregue à Polícia Federal na manhã de domingo (18) em Corumbá, Mato Grosso do Sul, cidade fronteiriça com a Bolívia. De lá, foi transferido em voo da PF para Brasília, onde ficará detido na Penitenciária Federal da capital, ao lado de Marcola. A operação contou com o apoio de 50 agentes da PF, incluindo 12 do Comando de Operações Táticas (COT), além de escolta da Polícia Penal Federal e das polícias Militar e Civil do Distrito Federal.
Segundo investigações do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Tuta assumiu o comando do PCC após a transferência de Marcola para presídio federal, em fevereiro de 2019. Ele fazia parte da chamada “Sintonia Final da Rua”, cúpula responsável pelas ordens externas da organização.
Uma das principais lideranças do PCC, conhecido como Tuta, foi entregue à Polícia Federal após ser preso na Bolivia.
Ele foi encontrado ao tentar usar um documento falso no centro comercial da cidade, para tentar renovar o documento para estrangeiros que residem na Bolívia. pic.twitter.com/qXubbHaRjV
— Rádio Bandeirantes (@RBandeirantes) May 18, 2025
Em 2020, a Operação Sharks, que visava desarticular a nova liderança do PCC, apontou Tuta como figura central da facção. Na ocasião, foram cumpridos mandados de prisão e apreensão em São Paulo, Bolívia, Paraguai e até na África. Tuta chegou a ser identificado como ocupante de cargo fictício no consulado de Moçambique em Belo Horizonte, estratégia para esconder sua identidade.
O promotor Lincoln Gakiya, especialista em investigação do PCC, destaca que com a remoção de Marcola para o sistema federal, Tuta foi nomeado pelo próprio líder para comandar o PCC tanto dentro quanto fora dos presídios, assumindo posição de liderança nas ruas.
A Operação Sharks, deflagrada em fevereiro de 2020, resultou na prisão de membros da nova cúpula do PCC e na apreensão de armas, explosivos e veículos de luxo. Os investigadores também revelaram um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo dólar-cabo e movimentação financeira anual estimada em cerca de R$ 100 milhões, oriunda do tráfico de drogas e extorsões internas.
Além de Tuta, outros 20 integrantes compõem a liderança da facção, incluindo o braço financeiro, gerido por três pessoas, entre elas a única mulher da cúpula, Carla Luy Riciotti Lima.
O Ministério da Justiça, em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores, coordenou a operação de repatriação do líder do PCC, que segue agora sob custódia em Brasília, onde enfrentará os processos judiciais que ainda tramitam contra ele.
Conheça as redes sociais do DCM:
⚪Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line
Last Update: 18/05/2025