O ex-presidente Jair Bolsonaro deixa o hospital DF Star após a realização de procedimentos médicos
Imagem: Pedro Ladeira – 14.set.2025/Folhapress

Três dias após ser condenado a 27 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado e outros crimes, Jair Bolsonaro (PL) deixou neste domingo sua prisão domiciliar para realizar exames médicos em Brasília. O ex-presidente chegou ao hospital por volta das 8h, sob forte escolta policial, e permaneceu até as 13h50, quando retornou para casa em um condomínio no Lago Sul. O boletim médico apontou quadro de anemia por deficiência de ferro e resquícios de uma pneumonia recente.

Segundo os médicos responsáveis, Bolsonaro passou por um procedimento cirúrgico simples, no qual foram retiradas oito lesões de pele, uma delas encaminhada para biópsia. Também recebeu reposição de ferro por via endovenosa e deverá manter tratamentos para hipertensão arterial, refluxo gastroesofágico e medidas de prevenção de broncoaspiração. A defesa terá de apresentar atestado médico ao STF em até 48 horas.

A operação contou com um forte esquema de segurança, incluindo oito viaturas, varredura no hospital e revista em mochilas de apoiadores que aguardavam do lado de fora. Cerca de 30 simpatizantes, em sua maioria mulheres vestidas de verde e amarelo, entoaram cânticos religiosos, pediram anistia e cantaram o hino nacional durante a permanência de Bolsonaro na unidade de saúde. Ao sair, o ex-presidente, com semblante sério e curativo no pescoço, não falou com a imprensa.

Entre os familiares presentes estavam os filhos Jair Renan e Carlos Bolsonaro (PL-RJ). Carlos criticou nas redes sociais o aparato policial, afirmando que tratavam seu pai, de 70 anos, como se fosse “fugir por uma janela”. O ex-presidente permanece em prisão domiciliar desde 4 de agosto, medida endurecida no fim do mês por decisão do ministro Alexandre de Moraes, que considerou haver risco de fuga.

O histórico recente de saúde de Bolsonaro inclui episódios de esofagite, gastrite e infecções pulmonares, além de complicações decorrentes do atentado a faca em 2018. Em abril deste ano, foi submetido a uma cirurgia de 12 horas para reconstrução da parede abdominal. Ele também apresenta crises de soluços frequentes, que provocam vômitos, apontadas como sequelas do ataque sofrido durante a campanha eleitoral.

A condição clínica fragilizada deve embasar um futuro pedido da defesa para que Bolsonaro cumpra sua pena em regime domiciliar, argumento que poderá ser formalizado após a publicação do acórdão da condenação. Até lá, todas as saídas do ex-presidente dependem de autorização judicial, e sua rotina segue monitorada por agentes federais e militares.

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Last Update: 14/09/2025