O deputado federal Bohn Gass (PT-RS) discursou no plenário da Câmara dos Deputados nessa terça-feira (17/6), em defesa do projeto econômico e fiscal do Governo Lula. Ele denunciou os estragos deixados pela gestão anterior e chamou a atenção para as injustiças que ainda persistem no sistema tributário brasileiro.

“Todos os institutos de análise, Focus, banqueiros, economistas da direita projetavam um crescimento abaixo de 1% no primeiro ano do Governo Lula. Mas os números não mentem: crescemos mais de 3%”, afirmou o parlamentar, ao referir-se à retomada econômica impulsionada pelas políticas industriais, de inovação e justiça social implementadas desde 2023.

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O deputado enalteceu o trabalho do Governo Lula em recolocar o Brasil como referência internacional. Bohn Gass ressaltou o papel de programas sociais que tiraram o país novamente do Mapa da Fome e recuperaram a dignidade do povo após o cenário de miséria e desmonte vivido nos últimos anos. “Saímos da fila do osso”, lembrou.

O calote da gestão passada

Diante dos efeitos herdados pelo desgoverno Bolsonaro, o parlamentar criticou em especial o rombo fiscal gerado pela manobra eleitoreira sobre o ICMS dos combustíveis, que prejudicou a arrecadação de estados e municípios. “Foram R$ 30 bilhões que deixaram de estar nos cofres públicos. E quem teve que arcar com essa fatura foi o atual governo”, apontou.

A atual equipe econômica, sob liderança do ministro Fernando Haddad, ainda teve que enfrentar um passivo de cerca de R$ 100 bilhões em precatórios que não haviam sido pagos. Bohn Gass defendeu: “Falam de déficit do atual governo, mas esquecem que ele pagou a conta de um desgoverno. Isso é responsabilidade”.

Menos imposto para menores salários

O deputado petista ainda destacou que, para que o país siga crescendo com responsabilidade, é urgente promover justiça tributária. “Um professor, que ganha R$ 1,7 mil, um operário, de R$ 2 mil, paga mais tributo proporcionalmente a quem tem muito”, denunciou.

A crítica foi reforçada com dados do Tribunal de Contas da União: R$ 800 bilhões em renúncias fiscais, sendo 75% concentradas em apenas 10% dos beneficiários, além de 42,5 mil servidores recebendo acima do teto constitucional, o que representa R$ 11 bilhões anuais. “Por que esta Casa não enfrenta esse debate?”, questionou.

Maior justiça tributária

Bohn Gass defendeu o projeto do Presidente Lula que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil, beneficiando cerca de 20 milhões de brasileiros. “São R$ 27 bilhões que deixarão de ser arrecadados, mas é por justiça. E quem ganha mais, pagará mais. É isso que precisa ser aprovado aqui”, disse, ao conclamar o Congresso a agir.

Para o deputado, o apelo do governo é claro: “Justiça tributária para o Brasil continuar crescendo com sustentabilidade, gerando emprego, oportunidades e combatendo desigualdades históricas”. O desafio, ele alerta, está lançado ao Parlamento que precisa decidir se continuará protegendo os de sempre, ou se finalmente fará com que os de cima também contribuam com o país.

 

Elisa Alexandre

 

 

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Last Update: 18/06/2025