Em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (3/7), o deputado Bohn Gass (PT-RS) rebateu as críticas de que o Governo Lula estaria promovendo um aumento generalizado de impostos. Segundo ele, o que está em curso é uma proposta de justiça tributária que busca corrigir desigualdades históricas entre ricos e pobres no Brasil.

“A história, por séculos no Brasil, nunca foi sobre ‘nós contra eles’, sempre foi ‘eles contra nós’. Os pobres sempre pagaram a conta, pagando os impostos com o seu trabalho, sem isenção. Enquanto os ricos, com grandes lobbies, atuam fortemente neste Congresso, ganham seus privilégios”, afirmou o parlamentar.

O deputado apresentou dados que evidenciam a desigualdade social no país: 63% da riqueza nacional estão nas mãos de apenas 1% da população, enquanto os 50% mais pobres detêm apenas 2% do patrimônio nacional.

Ele esclareceu que a Medida Provisória enviada pelo governo Lula, acordada com líderes do Congresso, não aumenta impostos sobre a classe trabalhadora, mas corrige distorções que beneficiavam grandes fortunas. Entre os pontos mencionados, estão o fim da isenção de Imposto de Renda para aplicações em LCI e LCA (letras de crédito) acima de R$ 100 mil e o aumento da contribuição para empresas de apostas online — as chamadas “bets” — de 12% para 18%.

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“Um trabalhador comum, que paga prestação da casa, do carro, compra roupa, faz rancho e faz uma reservinha na poupança para alguma emergência de saúde ou uma viagem de férias, não será afetado. As mudanças atingem os que têm altos investimentos e que hoje são isentos de impostos, enquanto um professor ou operário paga sua parte todo mês”, destacou.

O deputado também criticou a desinformação espalhada nas redes sociais sobre supostos aumentos de impostos promovidos pelo PT. “Muitos repetem o que ouvem sem checar os fatos. O que está sendo feito é justiça fiscal, e não aumento de carga tributária para o povo”, ressaltou Bohn Gass.

Isenção do IR até R$ 5 mil

Outro ponto defendido pelo parlamentar foi o projeto do governo que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda. Atualmente, quem ganha até dois salários mínimos já está isento. A proposta em debate prevê isenção para quem ganha até R$ 5 mil, beneficiando 20 milhões de brasileiros. Trabalhadores com renda entre R$ 5 mil e R$ 7 mil também teriam desconto progressivo, alcançando até 25 milhões de pessoas.

Para compensar a perda de arrecadação, o governo propõe uma contribuição de, no máximo 10% de alíquota de Imposto de Renda, para pessoas com renda acima de R$ 50 mil mensais, que ainda não pagam o tributo ou que recolham um percentual inferior a este. A estimativa da Receita federal é que essa nova alíquota atinja pouco mais de 140 mil contribuintes.

“É preciso que o povo pressione seus parlamentares. Se não houver mobilização popular, o lobby dos grandes continuará impedindo a aprovação de medidas que favorecem a maioria da população”, alertou.

Por fim, Bohn Gass criticou propostas que buscam reduzir direitos sociais sob o argumento de conter os gastos públicos. “Querem cortar do BPC (Benefício de Prestação Continuada), desvincular o salário mínimo da aposentadoria e reduzir os investimentos em saúde e educação. Isso não é ajuste fiscal, é injustiça social. O Governo Lula está propondo equilíbrio com inclusão”, concluiu.

Do site do PT na Câmara

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Last Update: 04/07/2025