O deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS), vice-líder do governo no Congresso Nacional, em entrevista ao Café PT nesta quarta-feira (9), criticou o discurso que tenta deslegitimar a proposta de justiça tributária do governo Lula. “1% da população brasileira tem 63% das riquezas do país. Enquanto 50% da população tem apenas 2%. Isso é ‘eles contra nós’”, afirmou.
Para o parlamentar, a narrativa de que o governo está promovendo uma guerra entre ricos e pobres é uma distorção. “O Lula acertou de cheio em apresentar as medidas e o Haddad está de parabéns. Não vamos tirar nada de ninguém. Só vamos mexer nos privilégios de poucos para que a maioria possa ter uma vida digna”, declarou.
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Isenção do IR
Bohn Gass explicou que a nova proposta do governo Lula prevê isenção total de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. Entre R$ 5 e R$ 7 mil, haverá um escalonamento com redução da alíquota. “Serão 25 milhões de brasileiros beneficiados”, ressaltou.
Segundo ele, a compensação virá dos que ganham mais de R$ 50 mil por mês. “São 140 mil pessoas que pagarão um pouco mais. Não vai fazer cócegas, mas é o que garante justiça tributária”, disse.
“Não estamos taxando o povo. Estamos propondo contribuição dos três BBBs: bilionários, banqueiros e bets”.
Ele explicou que serão cobradas alíquotas sobre lucros dos bancos, rendimentos das casas de apostas e aplicações financeiras que hoje estão isentas de tributos.
“O professor, o brigadiano, o operário paga imposto. Quem aplica na LCA, LCI, fundo exclusivo ou capital próprio, não. Isso precisa mudar”, destacou.
Congresso
O vice-líder do governo Lula criticou a atuação da maioria do Congresso Nacional, que segundo ele, atua contra os trabalhadores e os mais pobres.
“Querem congelar o salário mínimo, desvincular aposentadoria e BPC. Querem cortar os mínimos constitucionais da educação e da saúde. Isso é um ataque aos direitos do povo”, denunciou.
Bohn Gass também responsabilizou a grande mídia por reforçar narrativas distorcidas. “O Jornal Nacional virou assessoria de imprensa do empresariado brasileiro”.
O parlamentar também defendeu a redução das isenções fiscais exageradas que não geram empregos, segundo ele. “São quase R$ 800 bilhões de renúncias por ano. Nós propomos reduzir apenas 10% disso, o que já geraria bilhões para investimentos sociais”, afirmou.
Outro ponto de destaque na entrevista foi a taxa de juros elevada. “Cada ponto da Selic significa R$ 50 bilhões a mais de dívida pública. Esse dinheiro podia estar na economia”, lamentou.
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Mobilização nas ruas e nas redes
Bohn Gass convocou a militância e a sociedade a pressionar deputados e senadores a favor das medidas.
“Nós queremos aprovar a MP que taxa os super-ricos. Queremos também votar projetos contra os supersalários e o fim da escala 6 por 1”, afirmou.
“Votou no Lula, vote no deputado do Lula. Votou no Lula, vote no senador do Lula. A extrema direita já começou sua campanha para voltar a dominar o Congresso”.
Desinformação
Ao tratar do papel da mídia e das fake news, o deputado criticou a tentativa de criminalizar a política e espalhar desinformação.
“Querem nos fazer acreditar que o governo gasta demais. Mas essa crítica é só para cortar gastos do povo. Gasta demais com o BPC, com salário mínimo, com educação e saúde? Não aceitamos isso”, disse.
Bohn Gass prestou solidariedade à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, vítima de ataques no Congresso. “Ela representa a defesa da Amazônia, da transição ecológica. E mesmo com dados e argumentos, foi tratada com violência e desrespeito”, afirmou.
O parlamentar encerrou sua fala destacando a atuação do presidente Lula. “Ele está na Bahia celebrando a independência, na Argentina no Mercosul, no BRICS, preparando a COP em Belém, e ao mesmo tempo investindo em políticas públicas e retomada da indústria. Lula é o cara que o Brasil precisa. E vai ser nosso candidato à reeleição”, concluiu.
Da Redação
