A Boeing (BA.N) divulgou nesta terça-feira um prejuízo anual de US$ 11,83 bilhões, o maior desde 2020, refletindo dificuldades em suas divisões comercial e de defesa, além dos impactos de uma greve de trabalhadores de fábricas na Costa Oeste dos Estados Unidos.

O CEO Kelly Ortberg enfrenta desafios para recuperar a fabricante de aviões, que tem perdido mercado para a Airbus (AIR.PA) e está sob rigorosa vigilância de reguladores e clientes após uma série de incidentes. Ortberg, que assumiu o cargo em agosto, afirmou que a empresa avança na estabilização das linhas de produção, afetadas desde um acidente aéreo em 2024 que levantou preocupações sobre a segurança de seus jatos.

Os resultados do quarto trimestre incluem encargos em programas de defesa com contratos de preços fixos. Ortberg declarou que a Boeing agora está “mais proativa e consciente dos riscos” desses programas.

A divisão de Defesa, Espaço e Segurança registrou um prejuízo de US$ 3,15 bilhões nos primeiros nove meses de 2024. Na semana passada, a empresa havia projetado um prejuízo geral de cerca de US$ 4 bilhões no quarto trimestre, acima das previsões de Wall Street.

Ortberg reafirmou o plano estratégico de quatro etapas para recuperar a empresa, incluindo uma “jornada de vários anos” para reformular a cultura da Boeing.

Desde 2019, a empresa perdeu mais de US$ 20 bilhões, após dois acidentes fatais envolvendo o modelo 737 MAX, que geraram preocupações sobre qualidade de produção e segurança.

A crise foi agravada pela pandemia de COVID-19 e um incidente em 2024 envolvendo um painel desprendido em pleno voo em um 737 MAX.

“Realizamos análises detalhadas em todos os nossos programas de desenvolvimento com contratos de preços fixos desafiadores”, afirmou Ortberg em uma carta aos funcionários. Ele informou que a Boeing retomou a produção de cinco unidades do modelo 787 por mês no final de 2024, apesar de atrasos em componentes como assentos.

A divisão de aviões comerciais concentra-se na certificação de três modelos. Ortberg disse que houve progresso na solução de um problema com o “thrust link” do modelo 777X, que retomou os testes de voo neste mês.

Ele destacou que os testes continuam nos sistemas de anti-congelamento dos modelos 737-7 e 737-10. “Ainda estamos na fase de testes, concentrados na finalização da solução de design do sistema de anti-congelamento”, afirmou.

Ortberg também declarou que a Boeing segue investindo em “negócios essenciais enquanto simplifica seu portfólio em áreas não estratégicas para o futuro”.

Com informações da Reuters

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Last Update: 30/01/2025