Luís Montenegro, de centro-direita, o primeiro-ministro de Portugal. Foto: Reprodução

O partido Aliança Democrática (AD), liderado pelo primeiro-ministro interino Luís Montenegro, deve vencer as eleições legislativas em Portugal neste domingo (18), segundo pesquisas de boca de urna divulgadas pela Universidade Católica Portuguesa. A AD aparece com 29% a 35% dos votos.

Em segundo lugar está o Partido Socialista (PS), com 21% a 26%, seguido de perto pelo Chega, partido de extrema direita, que registra entre 20% e 24%. De acordo com o jornal português Público, há um empate técnico entre Chega e PS.

Como funcionam as eleições em Portugal
Portugal adota um sistema semipresidencialista, diferente do brasileiro. Os eleitores não votam em candidatos, mas sim em partidos, que concorrem às 230 cadeiras da Assembleia da República, o Parlamento português.

O partido ou coligação que conquistar mais assentos pode formar o governo, mas só assume de fato se conseguir apoio parlamentar suficiente — seja por maioria absoluta ou por meio de alianças.

Instabilidade política recente
Esta é a terceira eleição legislativa em pouco mais de três anos. Em 2022, António Costa (PS) foi eleito, mas renunciou em 2023 após ser citado em uma investigação policial. Nenhuma acusação foi comprovada.

Em março de 2024, Luís Montenegro, da Aliança Democrática, venceu o pleito com 28,8% dos votos, superando o PS por menos de dois mil votos. No entanto, em março deste ano, o governo perdeu um voto de confiança no Parlamento: foram 142 votos contra 88, o que levou à convocação de novas eleições.

Quem é quem na disputa
Aliança Democrática (AD)
A AD é uma coligação de centro-direita formada pelo Partido Social Democrata (PSD) e pelo CDS-PP. Montenegro, atual primeiro-ministro interino, busca se manter no cargo.

Apesar das denúncias de possível conflito de interesses envolvendo negócios da família, Montenegro nega qualquer irregularidade. A AD promete reduzir impostos, controlar a imigração e enfrentar a crise habitacional.

Durante a campanha, o premiê rejeitou alianças com o Chega: “não é não”, disse Montenegro.

Partido Socialista (PS)
O PS, principal partido de centro-esquerda do país, é liderado por Pedro Nuno Santos, de 48 anos, desde a renúncia de António Costa. Santos foi ministro no primeiro governo Costa (2015–2019), coordenando a aliança com partidos de extrema esquerda.

Mesmo tendo apoiado o orçamento do governo Montenegro em 2023, o PS teve papel central na rejeição da moção de confiança que levou à queda do governo.

Historicamente, PS e PSD dominam a política portuguesa desde a queda da ditadura fascista, em 1974.

Chega
O Chega é um partido de extrema direita fundado em 2019, e se tornou a terceira maior força política em 2022, ao quadruplicar suas cadeiras no Parlamento. Tem como bandeiras o combate à corrupção e restrição à imigração.

Seu líder, André Ventura, de 42 anos, é ex-comentarista esportivo e ex-membro do PSD. Ficou conhecido por declarações polêmicas contra a comunidade cigana e por defender propostas como castração química para estupradores reincidentes.

Ventura acusa PS e PSD de manterem um “sistema corrupto” há 50 anos. Apesar de crescer nas urnas, o partido enfrenta isolamento político: Montenegro já declarou que não fará alianças com o Chega.

O que esperar agora
Com a AD liderando, mas sem maioria garantida, o desafio será formar governo. Os resultados finais devem ser divulgados ainda neste domingo, definindo o equilíbrio de forças no novo Parlamento português.

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Last Update: 18/05/2025