O balanço do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que será divulgado nesta terça-feira (25), revela que a instituição de fomento registrou, no ano passado, um volume recorde de crédito liberado: R$ 276,5 bilhões.
Em entrevista ao UOL, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que o desempenho do banco em 2024 contribuiu para impulsionar a economia brasileira. Ele ressaltou que, “por orientação do presidente Lula [PT], o BNDES trabalhou durante todo esse período de forma republicana”.
Com a implementação de um conjunto de políticas públicas articuladas pelo governo Lula, o Brasil deve registrar um crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] em torno de 3,8% em 2024, conforme a mais recente projeção do IBC-Br, do Banco Central. Esse avanço reflete os esforços da política macroeconômica, além do aumento da renda e do nível de emprego no país. O BNDES teve um papel essencial nesse processo de retomada do crescimento.
O valor de R$ 276,5 bilhões corresponde tanto a aprovações de crédito diretas e indiretas quanto ao volume alavancado por meio de garantias. Do total, R$ 212,6 bilhões referem-se às aprovações de crédito, enquanto R$ 63,9 bilhões correspondem às garantias que possibilitaram aos agentes ampliar a oferta de crédito, com destaque para micro, pequenas e médias empresas.
Mercadante afirmou que, em 2024, o financiamento destinado a esses negócios atingiu um recorde histórico. Do total de R$ 156,3 bilhões liberados para esse segmento, R$ 92,4 bilhões foram aprovados diretamente, e R$ 63,9 bilhões referem-se a garantias, representando um aumento de 119,8% em relação a 2022, último ano do governo anterior.
“Estamos falando de um resultado extraordinário que, seguramente, ajudou a democratizar o acesso ao crédito e a irrigar a retomada do investimento, a geração de emprego e o crescimento da economia.”
Os dados sobre os empréstimos para pequenas e médias empresas demonstram que a atual gestão cumpriu a promessa eleitoral de que, em um terceiro mandato, Lula não repetiria a política de “campeões nacionais” adotada em governos petistas anteriores.
Entre 2007 e 2013, o BNDES destinou aproximadamente US$ 18 bilhões a um grupo de empresas, incluindo Petrobras, JBS e Fibria, com o objetivo de consolidá-las como grandes players globais. Embora o banco tenha demonstrado que os investimentos foram lucrativos, a estratégia foi alvo de diversas críticas na época. Já em 2013, Luciano Coutinho, então presidente do BNDES e idealizador do programa, havia afirmado que essa política tinha sido encerrada.
Indústria supera o agronegócio no crescimento
Mercadante também disse que os resultados do BNDES refletem “uma qualidade do crédito disponibilizado” e destacou que a indústria foi o setor mais beneficiado pelos financiamentos, liderando as aprovações de crédito pela primeira vez desde 2017.
“Dentro da ‘Nova Indústria Brasil’, liderada pelo ministro e vice-presidente Geraldo Alckmin [PSB], aprovamos R$ 190 bilhões nesses dois anos. No caso da agropecuária, aprovamos R$ 93,8 bilhões no mesmo período, superando os quatro anos do governo anterior.”
Infraestrutura e financiamento
Segundo o presidente do banco, a área de infraestrutura tem sido uma das prioridades, com foco especial no financiamento de rodovias.
“Estamos financiando a Dutra do futuro, que é a maior obra rodoviária do país e na qual tivemos a maior emissão de debêntures de infraestrutura da história do Brasil, com R$ 9,4 bilhões do BNDES. A nova Dutra será a rodovia mais digital do Brasil, com cobertura ininterrupta e LED em toda a sua extensão, duplicação em 80 quilômetros na BR-101 e mais de 600 quilômetros em pistas adicionais, visando a ampliar a capacidade em trechos com maior gargalo.”
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