Gaza enfrenta uma crise humanitária catastrófica, com o bloqueio total de Israel, pelo terceiro mês consecutivo, restringindo severamente a entrada de alimentos, remédios e suprimentos essenciais, deixando mais de 2 milhões de palestinos à beira da fome.

Escassez de comida já era alerta antes do bloqueio total

Ainda antes do bloqueio total, em março, estimava-se que 83% da ajuda alimentar necessária não estava chegando ao território. De acordo com reportagens da ABC News e NRC, os residentes de Gaza, que já enfrentavam falta de comida e conseguiam duas refeições diárias no ano passado, estava recebendo apenas uma refeição a cada dois dias.

Os registros de escassez já fazem parte dos alertas internacionais desde agosto de 2024, quando a entrada de caminhões de ajuda despencou para o recorde mínimo de 69 por dia, em comparação com 500 por dia útil no ano anterior, resultando em mais de um milhão de pessoas sem receber alimentos naquele mês.

Além disso, o bloqueio criou uma crise multifacetada que ultrapassa a escassez de alimentos. Os números – de ainda final de 2024 – já mostravam que os suprimentos médicos estavam criticamente esgotados, com a falta de 65% de insulina necessária a diabéticos e metade do estoque de sangue necessário em hospitais. Juntamente com os mantimentos e equipamentos hospitalares, os leitos na região hoje são praticamente inexistentes. A destruição das casas, que levaram 1,87 milhão de pessoas a necessitarem de abrigo desde maio de 2024, também incrimentam o cenário da destruição.

Mas organizações de ajuda humanitária divulgaram um balanço recente dos métodos de obstrução sistemáticos, incluindo a negação de segurança, intensificação dos bloqueios, restrições de movimento, controles de importação, destruição de infraestrutura e deslocamento forçado de civis e trabalhadores humanitários.

Principal cozinha humanitária de Gaza fecha

Nesta quinta-feira (08), a World Central Kitchen, uma das principais organizações de ajuda humanitária que servia 133 mil refeições e 80 mil pães diariamente, anunciou que foi forçada a fechar suas cozinhas comunitárias em toda a região de Gaza devido ao bloqueio contínuo de Israel.

Após servir mais de 130 milhões de refeições nos últimos 18 meses, com os armazéns vazios e sem meios de reabastecer os suprimentos, a organização informou que não poderá mais continuar as operações.

As cozinhas comunitárias têm sido um recurso vital para centenas de milhares de palestinos, muitas vezes fornecendo a única refeição diária. Antes do fechamento da fronteira no dia 2 de março, aproximadamente 170 cozinhas comunitárias operavam em toda Gaza, mas esse número despencou rapidamente para apenas cerca de 70, e muitas dessas restantes afirmam que devem fechar nos próximos dias (confira as reportagens abaixo).

“Enfrentamos enormes desafios para continuar. Podemos parar de funcionar dentro de uma semana, ou talvez menos”, afirmou o gerente Salah Abu Haseera, cozinha Al-Salam Oriental Food, à ABC News, na última semana. “Estamos sofrendo de fome, fome real. Não comi nada desde esta manhã”, contou a palestina Um Mohammad Al-Talalqa, ao jornal:

Com informações da ABC News, NRC, AP e outras agências de notícias em levantamento com ajuda de ferramentas de IA.

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Last Update: 08/05/2025