A ofensiva genocida de “Israel” sobre a Faixa de Gaza alcançou novos patamares de devastação neste sábado (12), ao impedir o funcionamento de serviços básicos por meio do bloqueio quase total do combustível. A escassez já comprometeu as equipes de resgate, que não conseguem chegar aos locais atingidos pelos bombardeios. Em nota conjunta, sete agências da Organização das Nações Unidas classificaram a situação como “crítica” e alertaram para o colapso iminente de toda a operação humanitária.

Entre as entidades signatárias estão a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Programa Mundial de Alimentos (WFP, na sigla em inglês) e o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, idem). “O combustível é a espinha dorsal da sobrevivência em Gaza”, afirmam. Sem combustível, ambulâncias ficam paradas, hospitais desligam equipamentos vitais, padarias cessam a produção de pão e os sistemas de água e esgoto entram em colapso, deixando famílias sem acesso à água potável.

“Ao fim de quase dois anos de guerra, a população de Gaza enfrenta privações extremas, incluindo fome generalizada. A falta de combustível impõe uma nova e insuportável carga sobre um povo já à beira da inanição”, denunciaram. A nota alerta que, se a situação continuar, as agências humanitárias “terão de encerrar totalmente suas atividades”.

No início da semana, a ONU conseguiu entregar combustível a Gaza pela primeira vez em 130 dias, mas os 75 mil litros levados ao território sitiado são insuficientes para manter os serviços funcionando. “É uma fração mínima das necessidades reais”, sublinham as entidades. “A urgência deste momento não pode ser exagerada: é preciso permitir a entrada de combustível em quantidade suficiente e de forma contínua.”

Ofensiva sionista atinge civis e impede socorro

Enquanto a crise humanitária se aprofunda, as Forças Armadas de “Israel” continuam bombardeando sistematicamente a população civil. Na tarde deste sábado, um ataque aéreo contra o campo de refugiados de al-Shati, na região oeste da Cidade de Gaza, matou e feriu diversas pessoas. Em Jabalia al-Nazla, no norte da Faixa de Gaza, 20 palestinos estão desaparecidos após bombardeios contra duas residências.

Na região oeste da cidade, disparos de drones israelenses feriram pessoas próximas ao entroncamento da Segurança Pública. Em Khan Younis, no sul do território, quatro pessoas morreram sob fogo de artilharia nos bairros de Bani Suheila, Sheikh Nasser e al-Balad.

A população que tenta desesperadamente receber alimentos nas zonas de distribuição de ajuda humanitária também é alvo de ataques. Dois palestinos foram assassinados enquanto aguardavam mantimentos na região oeste da Cidade de Gaza, e outros quatro foram mortos por uma nova ofensiva no noroeste da cidade. Segundo o Ministério da Saúde local, o número de palestinos assassinados em locais de distribuição de alimentos chega a 805 desde o início do cerco, com mais de 5.252 feridos.

Número de mortos cresce sem parar

Somente nas últimas 24 horas, hospitais de Gaza receberam os corpos de 59 palestinos assassinados pelos bombardeios, incluindo nove extraídos dos escombros. Outras 208 pessoas foram levadas aos centros médicos com ferimentos graves. Segundo o Ministério da Saúde, muitas vítimas permanecem sob os escombros ou nas vias públicas, sem acesso a socorro, pois as ambulâncias não conseguem circular pela falta de combustível e pela continuidade dos ataques.

Desde o início da atual ofensiva sionista, em 7 de outubro de 2023, até 16 de junho de 2025, o número de palestinos mortos chegou a 57.882, com 138.095 feridos. Apenas de 18 de março a 16 de junho deste ano, foram contabilizados 7.311 mortos e 26.054 feridos.

A escassez deliberada de combustível é parte integrante da política genocida adotada por “Israel”. A impossibilidade de funcionamento de ambulâncias, hospitais, padarias e redes de saneamento expõe a população a um ciclo de morte ainda mais brutal, com a fome, a sede e doenças infecciosas se somando ao bombardeio contínuo.

ONU reconhece que combustível é essencial para impedir nova tragédia

As agências da ONU destacaram que o funcionamento de padarias e cozinhas comunitárias depende diretamente do fornecimento de combustível. Sem ele, famílias inteiras ficam sem acesso ao mínimo necessário para sobreviver. Além disso, o acúmulo de lixo e esgoto nas ruas, por falta de coleta e tratamento, amplia o risco de surtos de doenças fatais.

“Essas condições empurram os mais vulneráveis de Gaza ainda mais perto da morte”, alertaram. Para os organismos internacionais, permitir a entrada de combustível em Gaza não é uma questão técnica, mas de vida ou morte. A recusa deliberada por parte de “Israel” em liberar a entrada de combustível deve ser compreendida como um método de extermínio em massa.

A advertência das agências da ONU ocorre no momento em que o cerco a Gaza se mostra mais mortífero do que nunca. O bloqueio, aliado aos bombardeios diários, tem como objetivo eliminar fisicamente a Resistência Palestina — e, com ela, todo o povo da Faixa de Gaza.

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Last Update: 13/07/2025