O preço da bitcoin atingiu nova máxima história nesta quarta-feira, ultrapassando o recorde inicial visto no mês de janeiro.
Dados da Coin Metrics indicam que a cotação da principal criptomoeda negociada no mercado subiu 2%, chegando a US$ 108.955,10, mas a cotação ao longo do dia chegou a atingir US$ 109.500.
Analistas ouvidos pela CNBC afirmam que a máxima foi influenciada por uma série de fatores macroeconômicos, como a queda da inflação norte-americana, o arrefecimento da guerra comercial entre China e EUA e o rebaixamento da dívida soberana norte-americana pela agência de rating Moody’s, o que aumentou a busca por reservas alternativas de valor, como o bitcoin.
O valor da criptomoeda tem subido de forma constante ao longo de maio, acumulando alta de 15% até o momento: dados da SoSoValue mostram que as entradas acumuladas em fundos negociados em bolsa que acompanham o preço da bitcoin ultrapassaram US$ 40 bilhões na semana passada e registraram apenas dois dias de saídas em maio.
Economista desaconselha troca do dólar por bitcoin
Embora o mercado internacional mostre um cenário favorável para a criptomoeda, a divisa virtual não é uma escolha indicada para substituir o dólar.
Para Bruno Corano, economista da Corano Capital, um ponto que tem levado à valorização do bitcoin é o entendimento de que o governo de Donald Trump apoia o bitcoin – mas isso não faz da moeda uma opção frente à desvalorização do dólar.
“Bitcoin não dá para ser comparado com uma reserva de valor como o dólar. Pelo fato de o dólar ter lastro e o bitcoin não, então um é produto especulativo, outro é uma moeda, e a moeda mais forte do mundo, mais líquida. Não são coisas comparáveis”, pontua Corano.
Além disso, o economista afirma que o dólar não sofreu nenhuma depreciação significativa: “se olharmos a variação do dólar frente às outras principais moedas do mundo nos últimos 100 anos, logicamente, às vezes ele se valoriza, às vezes registra um processo de depreciação, mas, em níveis toleráveis, é normal que em alguns dias tenhamos sol, e, em outros, chuva. O que não dá é para o mundo ser alagado”.
Outro ponto é a adesão cada vez maior de banqueiros à criptomoeda, mas não por uma mudança de entendimento: praticamente um terço dos norte-americanos investe em cripto, um mercado que pode gerar rentabilidade por meio da venda de ETFs e outros produtos atrelados às criptomoedas.