Nos últimos dias de seu governo, o presidente Joe Biden autorizou o envio de mais US$ 8 bilhões em armamentos para Israel. O montante é parte de uma das maiores operações de fornecimento militar desde o início da crise em Gaza, em 2023. Entre os itens enviados estão mísseis AIM-120C-8 AMRAAM, drones, projéteis de artilharia, mísseis Hellfire AGM-114 e bombas SDBs, conforme detalhou o Departamento de Estado dos EUA em documento ao Congresso.
A justificativa apresentada pela administração Biden é a de “apoiar a segurança de longo prazo de Israel, reabastecendo os estoques de munições essenciais e capacidades de defesa aérea”. Desde os ataques do Hamas em outubro de 2023, o governo norte-americano já destinou US$ 17,9 bilhões ao aliado no Oriente Médio. No entanto, o aumento no envio de armas gerou críticas de entidades como Anistia Internacional e Human Rights Watch, que acusam Israel de cometer genocídio em Gaza.
Durante seu mandato, Biden adotou uma postura firme ao lado de Israel, vetando resoluções da ONU que pediam cessar-fogo na região e ignorando apelos da Assembleia Geral para suspender o fornecimento de armas. Em outubro de 2023, quando o Brasil presidiu o Conselho de Segurança da ONU, diplomatas americanos alertaram o Itamaraty contra o envolvimento do órgão em negociações relacionadas ao conflito entre Israel e Hamas.
No entanto, o apoio incondicional dos EUA a Israel não ficou isento de controvérsias. Em 2024, Biden suspendeu temporariamente o envio de bombas específicas, citando preocupações com os civis atingidos na cidade de Rafah, no sul de Gaza. Esse gesto gerou tensões com o governo de Benjamin Netanyahu, mas foi revertido durante a campanha eleitoral, com os democratas reafirmando seu compromisso com a segurança israelense.
Além das críticas de entidades de direitos humanos, a relação entre os EUA e Israel enfrentou pressão do Tribunal Penal Internacional, que emitiu um mandado de prisão contra Netanyahu por crimes de guerra. Ainda assim, a Casa Branca manteve sua aliança estratégica, ignorando as recomendações da ONU e da Corte Internacional de Justiça que pediam o fim da ocupação israelense em territórios palestinos.
Ao deixar o cargo em 20 de janeiro de 2025, Biden deixa um legado marcado por um volume recorde de apoio militar a Israel, mas também por acusações de cumplicidade em violações de direitos humanos. Essa posição segue gerando divisões na política internacional e dentro do próprio governo dos EUA. As informações são de Jamil Chade, do UOL.
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