Os recentes erros e confusões do presidente estadunidense Joe Biden estão aumentando a pressão de correligionários do Partido Democrata para que seu nome seja substituído na disputa eleitoral, em novembro.
Nesta quinta-feira (11), durante coletiva de imprensa, Biden confundiu sua vice, Kamala Harris, com seu adversário, Donald Trump. Pouco antes, também trocou o nome do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pelo do presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Questionado sobre a capacidade de Kamala Harris como candidata contra Trump, respondeu, trocando os nomes: “Eu não teria escolhido Trump para ser vice-presidente se não achasse que ela não fosse qualificada para ser presidente”.
No mesmo dia, em discurso após a Cúpula da Otan, apresentou Zelensky ao público, dizendo: “e agora quero passar [a palavra] para o presidente da Ucrânia, que tem tanta coragem quanto determinação. Senhoras e senhores, presidente Putin”.
Ao perceber a gafe, tentou se corrigir: “Presidente Putin! Vamos derrotar o presidente Putin. Presidente Zelensky. Estou focado em derrotar Putin. Temos de nos ocupar disso. De qualquer forma, senhor presidente”.
Estas não são as primeiras gafes que Biden comete, mas elas ganham especial atenção no contexto atual em que o mau desempenho durante debate com Trump, no final de junho, acendeu a luz vermelha para os democratas.
Ainda assim, pesquisa do instituto Marist Poll recém-divulgada aponta melhora de dois pontos percentuais, dentro da margem de erro, para Biden na disputa contra Trump. Segundo o levantamento, 50% da população dos EUA votariam no atual presidente, contra 48% que preferem o republicano.
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Por outro lado, a atual vice desponta como mais forte do que o presidente. Pesquisa Ipsos mostrou que 67% gostariam que Biden abrisse mão da candidatura para outro democrata. Considerando essa possibilidade, Kamala Harris teria 49% das intenções contra 46% de Trump.
Além disso, a sondagem aponta que 85% dos entrevistados consideram Biden (81 anos) muito idoso para o cargo, ante 60% que pensam o mesmo sobre Trump (78) — a diferença de idade entre eles, no entanto, é de apenas três anos.
Até o momento, pelo menos 17 parlamentares democratas do Congresso pediram que Biden desistisse da candidatura para possibilitar a escolha de outro nome.
Figuras públicas democratas também têm se manifestado neste sentido. “Amo Joe Biden, mas precisamos de outro candidato”, escreveu o ator, diretor e produtor George Clooney em artigo publicado no jornal The New York Times. Outro ator, Michael Douglas, também se mostrou “muito preocupado” com a candidatura à reeleição.
Para piorar a pressão, nesta sexta-feira (12), doadores democratas disseram ao maior grupo de financiadores de Biden que vão congelar cerca de US$ 90 milhões em doações prometidas se o presidente não renunciar à candidatura, segundo o News York Times.
Com agências
(PL)
