Faltam poucos meses para Belém receber a COP30, maior conferência climática já feita no Brasil. Serão 50 mil participantes de 195 países, atraídos por um evento que mobiliza R$ 7,2 bilhões, mais que o orçamento anual de quase todas as capitais do Norte. A cidade virou um canteiro de obras, muitas atrasadas, especulação imobiliária e inflação local: a castanha-do-pará disparou 271%. A hospedagem é o maior nó para o governo. Existem 36 mil leitos para uma demanda de 50 mil, e as soluções improvisadas ainda são apostas não testadas. Autoridades vendem a COP como vitrine do protagonismo climático e laboratório amazônico de desenvolvimento sustentável. Mas, entre canais sujos, preços descontrolados e comércio pressionado, Belém corre para entregar não só infraestrutura, mas também dignidade a quem vive por lá. Novembro dirá qual relógio venceu. (Foto/reprodução internet)
