O sucesso da série Bebê Rena, do Netflix, trouxe à tona um assunto que atormenta a vida de pessoas famosas ou com profissões de grande visibilidade na internet; o stalker. Trata-se de uma pessoa que tem obsessão em perseguir a vida dos outros, dentro e fora das redes sociais. Artistas como Débora Falabella, Whindersson Nunes e Taylor Swift foram só alguns dos famosos que, recentemente, revelaram terem sofrido com esse tipo de perseguição.
Mas além de influenciadores digitais e artistas, nem mesmo políticos como o deputado paranaense Requião Filho ficam de fora desta lista. Em 2021, uma seguidora criou dezenas de perfis falsos, com publicações inventadas a partir de uma mente perturbada e confusa.
“Eram acusações grotescas, infundadas, que levavam meu nome e marcando assessores, parentes, seguidores e amigos que interagiam comigo. Foi assustador, no princípio, pois nossa equipe precisou demandar um trabalho desgastante, denunciando as contas falsas, diariamente, mas na sequência apareciam mais e mais”, lembra.
Depois de alguns meses sofrendo com a perseguição virtual, as mensagens começaram a sair de controle e foi preciso levar o caso à polícia, com direito até à medida protetiva. “Entramos com o processo, na época, e foi difícil até para a polícia rastrear o endereço e o nome verdadeiro da assediadora. Ela foi condenada em danos morais e proibida de realizar novas postagens, sob pena de multa”, relata o deputado, sobre a sentença publicada pela justiça na última semana.
A mente perturbada de um stalker pode sair de controle, caso a perseguição extrapole as redes, como o que aconteceu com a atriz Débora Falabella. Há mais de uma década, ela sofre com a perseguição de uma fã obcecada, que fugiu do controle. Débora conseguiu uma medida protetiva que proíbe a mulher de entrar em contato com ela por redes sociais, ou outros meios de comunicação, e de frequentar os mesmos lugares que a atriz.
No entanto, esse transtorno psicológico está, geralmente, ligado à atitudes de pessoas carentes de atenção. Segundo a psicóloga Maria Rafart, tudo começa quando o stalker direciona a sua fixação de interesse para um personagem que ele, de certa forma, idealiza como tendo alguma relação afetiva e íntima.
“Mesmo que as mensagens enviadas e postadas possam ser de ódio, sempre encerram uma necessidade de aceitação e de atenção. E quando é notado, mesmo que de forma negativa, a sensação do stalker é a de que seu objetivo foi alcançado. Muito ao estilo de ‘falem mal, mas falem de mim’”, explica.
“O elemento patológico do stalker é variado: podemos ver stalkers com transtornos de personalidade variados, que vão desde o carente borderline, até o malicioso narcisista ou o perverso psicopata. Cada caso encerra razões psicológicas diferentes, e por isso é perigoso generalizar. Muitas vezes nem a família próxima do stalker percebe que ele, ou ela, dedicam tanto tempo de sua vida a atormentar alguém”.
Via assessoria