Da Redação
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) eleva pela quarta vez consecutiva a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic).
A alta foi de 1 ponto percentual, aumentando a Selic de 12, 25% para 13, 25% ao ano.
A quarta elevação consecutiva da Selic acontece na primeira reunião comandada por Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente para a presidência do BC. Galípolo substituiu Roberto Campos Neto.
A decisão foi unânime, ou seja, os nove diretores votaram nesse sentido.
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), em mensagem postada no X (antigo Twitter), alerta:
”Esse novo aumento de 1 ponto percentual da Selic é um desastre que pode provocar uma desaceleração excessiva da economia e terá um enorme impacto fiscal
É inaceitável a armadilha criada por Roberto Campos Neto, que na última reunião do Copom, enquanto presidente do BC, tenha deixado contratados dois aumentos de 1 ponto percentual na taxa Selic.
Gabriel Galípolo não tinha muita alternativa de mudar essa rota, neste primeiro momento, sem criar uma grande crise.
O grande desafio da nova gestão do BC é sair dessa armadilha e retomar uma política que permita conciliar o controle da inflação com a manutenção do crescimento econômico e a geração de empregos.
Não há justificativa técnica para um choque monetário dessas proporções.
A própria carta enviada por Galípolo em que explica os motivos da inflação de 4,83% aponta que a principal razão do descumprimento da meta foi a alta da taxa de câmbio, que significou um aumento de 1,21 ponto percentual na composição da inflação do ano passado.
O peso do suposto “sobreaquecimento da economia” foi de APENAS 0,49 ponto percentual.
O que nós estamos vivendo no Brasil é um terrorismo econômico liderado pelo mercado financeiro que todos os dias fala em “crise fiscal”, “gastança” e “descontrole das contas públicas”. A realidade não é essa!
O Brasil realizou um dos maiores esforços fiscais do mundo. Nós saímos de um déficit de 2,3% do PIB, em 2023, para 0,1%, em 2024.
Sabe onde tá o descontrole fiscal? Nessa taxa de juros altíssima! Cada 1 ponto percentual a mais na SELIC significa cerca de R$ 55 bilhões de déficit no orçamento público.
No acumulado de 12 meses, até novembro de 2024, o Brasil gastou mais de R$ 837 bilhões com o pagamento de juros da dívida, enquanto o déficit primário do país foi de apenas R$ 14,5 bilhões.
Juros altos só são bons para os rentistas. O aumento dos juros espreme as famílias e as empresas, mata o investimento e compromete o crescimento da economia e o aumento da renda, sem impacto significativo sobre a inflação. Precisamos superar o legado desastroso de Roberto Campos Neto”.