Conforme denunciado pela direção do Sindicato dos Bancários do Pará, o Banco da Amazônia (Basa) anunciou mais um Plano de Desligamento Incentivado (PDI), cujo objetivo é jogar na rua cerca de 600 trabalhadores bancários.

“Segundo o comunicado oficial do banco, o PDI tem como público-alvo funcionários e funcionárias com mais de 50 anos de idade e, no mínimo, 25 anos de serviço efetivo. Apesar de ser classificado como ‘voluntário’, o sindicato vê a ação como um alerta de possível desmonte da força de trabalho da instituição, especialmente em um momento em que o papel dos bancos públicos é ainda mais estratégico para o desenvolvimento da região amazônica.” (Site BancariosPA, 26.05.2025)

O sindicato enviou um ofício à direção do Basa pedindo uma reunião urgente para discutir o assunto. “No ofício, a presidenta do sindicato, Tatiana Oliveira, cobra explicações da direção do banco. ‘Essa decisão afeta diretamente os trabalhadores e suas famílias. Queremos saber os motivos e discutir o assunto de forma séria.’” (Ibidem)

O Basa vem implementando, sistematicamente, várias medidas, por meio das chamadas reestruturações, que visam atacar os direitos dos trabalhadores e seus empregos.

O último plano de demissões, imposto pela direção do banco, mirou os trabalhadores do quadro de apoio, com o objetivo de atingir 145 pais de família, ou seja, todo o efetivo da carreira. Para efetivar esse ataque, a fundamentação baseou-se em um suposto “estudo” técnico e jurídico feito sobre o segmento da instituição que se encontrava em processo de extinção, alegando que a manutenção do quadro de apoio atrapalharia os novos planos de contratação de empregados.

Agora, ao contrário de “novas contratações”, o banco decidiu abrir mais um processo de demissão, cuja meta é jogar na rua cerca de 600 trabalhadores. Conforme este Diário vem denunciando, essas medidas, que estão sendo impostas através do enxugamento do quadro funcional do banco, são uma preparação para a privatização.

O Basa, no ano passado, apresentou um lucro líquido de 1,1 bilhão de reais que, mesmo tendo uma queda de 15,8% em comparação ao ano de 2023, quando bateu o recorde da sua história ao alcançar 4,9 bilhões de reais, continua apresentando lucros extraordinários ano após ano. Logicamente, os grandes banqueiros nacionais e internacionais estão de olho nesses fabulosos faturamentos.

Um dos indícios dessa pavimentação para a privatização do banco é justamente o currículo do seu atual presidente, um neoliberal cuja trajetória é significativa nesse sentido.

Luiz Cláudio Moreira Lessa tem diversas atuações como liderança em instituições financeiras e atuou em áreas de negócios de Varejo Bancário, Crédito, Fusões e Aquisições. Atuou ainda como conselheiro de administração em empresas de energia, como Rio Grande Energia, Celpe (ex-estatal de Pernambuco, hoje Neoenergia), Coelba (ex-estatal baiana, hoje Neoenergia) e Neoenergia (subsidiária do grupo espanhol Iberdrola).

Para barrar mais essa ofensiva reacionária dos banqueiros e seus governos, é necessário aprofundar a luta. E a única forma de fazê-lo é levantar uma ampla mobilização que unifique os bancários e todos os trabalhadores contra os ataques dos patrões às empresas estatais. Da mesma forma que vem ocorrendo com o Banco da Amazônia, em relação à tentativa de privatização, o mesmo se repete com os demais bancos federais e os poucos bancos públicos estaduais que ainda restaram da famigerada era do governo neoliberal de FHC (PSDB), no começo da década de 1990.

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Last Update: 28/05/2025