O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, respondeu oficialmente à revista britânica The Economist, que recentemente publicou um artigo com críticas à concentração de poder nas mãos dos ministros da Corte brasileira. O texto, intitulado “Brazil’s Supreme Court is on trial” (“O Supremo Tribunal Federal do Brasil está em julgamento”), também se refere ao ministro Alexandre de Moraes como um “juiz superstar”.
A resposta de Barroso foi divulgada no site oficial do STF. Nela, o ministro afirma que o Brasil enfrentou nos últimos anos graves ameaças à democracia, como invasões às sedes dos Três Poderes, tentativas de atentado a bomba e planos golpistas que incluíam assassinatos de autoridades. Diante desse cenário, ele defende que a atuação firme e independente do STF foi essencial para evitar um colapso institucional, como ocorreu em outros países.
Barroso também justificou as decisões da Corte, como as remoções de conteúdo nas redes sociais, argumentando que essas medidas foram motivadas por ameaças concretas à ordem democrática.
A reportagem da The Economist argumenta que a Corte tem sofrido uma queda de popularidade, atribuída a suas “decisões controversas”. Em resposta, Barroso citou dados da pesquisa Datafolha para refutar a ideia de crise de confiança na instituição:
“A pesquisa Datafolha mais recente revela que, somados os que confiam muito (24%) e os que confiam um pouco (35%) no STF, a maioria confia no Tribunal. Não existe uma crise de confiança.”
Moderação no Supremo
A revista também defende que o STF precisa agir com moderação para manter sua legitimidade diante da opinião pública. Entre as críticas, a publicação aponta um suposto “conflito de interesses” na atuação do ministro Alexandre de Moraes à frente do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. A argumentação da revista é que Moraes teria sido alvo direto da campanha de desinformação bolsonarista.
Barroso rebateu essa crítica, destacando que Moraes atua com o respaldo do colegiado da Corte, e que as decisões não são unilaterais. O presidente do STF encerra sua resposta com uma crítica mais dura ao enfoque da reportagem:
“A reportagem adota uma narrativa próxima à dos golpistas, em vez de reconhecer que o Brasil segue sendo uma democracia, com instituições funcionando plenamente.”
Entre as decisões que a The Economist classifica como controversas, está a anulação — pelo ministro Edson Fachin — de quase todas as provas obtidas durante a Operação Lava Jato, além da abertura de uma investigação considerada “duvidosa” contra a Transparência Internacional.
No entanto, como já mostrou o Jornal GGN em diversas reportagens, a Transparência Internacional Brasil esteve envolvida em irregularidades e atuou em conluio com a Lava Jato. Leia abaixo: