Os líderes sindicais, que representam os bancários do Banco do Estado do Pará (Banpará) nas negociações em mesas específicas, informam que após seis rodadas de negociações, houve poucos avanços em relação às pautas de reivindicações dos trabalhadores e convoca a primeira assembleia da categoria para a próxima sexta-feira (9), assembleia essa que acontecerá um dia após à sétima rodada de negociação marcada para se realizar no dia 8.
Para a presidente do Sindicato dos Bancários do Pará e membro da Comissão de Negociação do Banpará, “a assembleia acontecerá após a sétima rodada de negociação, prevista para o dia 8; e vai ser para deliberar sobre o estado de greve com indicativos de outras assembleias em datas separadas para decidir sobre paralisações e greve dos bancários e bancárias do Banpará. O horário em que ela vai ocorrer ainda estamos definindo. A primeira data foi definida ontem durante mais uma reunião de esclarecimento que contou com a participação virtual de vários trabalhadores e trabalhadoras do banco de todo o Pará”.
A proposta de “estado de greve” se deve à falta de avanço nas mesas de negociações. Houve avanço parcial, mas ainda longe de atingir as expectativas dos representantes do funcionalismo do banco. “A decisão pela assembleia é a demonstração na prática do descontentamento dos nossos colegas que aguardam por respostas concretas e com rapidez. O banco precisa dar respostas efetivas, qualitativas e em cima do lance. Sem ficar postergando, demorando e gerando insatisfação na categoria”, comenta a vice-presidenta do Sindicato, Vera Paoloni.
O descaso dos banqueiros com relação às pautas de reivindicação dos trabalhadores não é nenhuma novidade. É preciso que os trabalhadores sejam respeitados e não sejam tratados como escravos.
O Banco do Estado do Pará é um banco 100% estatal, controlado pelo governador Helder Barbalho, filho de Jader Barbalho, membro histórico do MDB e de uma família que representa o setor mais atrasado e reacionário do País. Lembrando que foi nesse mesmo governo que, em 2019, prepostos à frente da direção do banco descontaram na folha de pagamento um dia de trabalho, como forma de retaliação daqueles trabalhadores que participaram da paralisação geral do dia 14 de junho que lutavam pela garantia dos seus direitos legítimos.
Nesse sentido, os trabalhadores do Banpará e suas direções não devem depositar nenhuma confiança nos patrões e preparar uma gigantesca mobilização em resposta aos ataques da direita reacionária que hoje se encontra à frente do governo do Pará e, consequentemente, à frente do Banpará.
Essa mobilização somente acontecerá através dos métodos tradicionais de luta da classe trabalhadora, com assembleias presenciais, piquetes, ocupações, etc. Os patrões se “sensibilizam” apenas quando há uma efetiva mobilização dos trabalhadores. Nada pode substituir uma grande mobilização de toda a categoria, uma agitação real, de massa, nos espaços públicos, com o objetivo de atender a demanda dos trabalhadores.