Após a repercussão negativa do edital para a operação de venda de imóveis do Banco do Estado de Sergipe (Banese), os representantes do banco estadual convidaram a diretoria do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE) para esclarecer sobre o assunto. Nesse encontro, os gestores afirmaram que não há intenção de fechamento de agências e nem mesmo iniciativa do governo estadual em privatizar a instituição financeira.
A reunião ocorreu na segunda-feira (15). A comitiva do SEEB/SE foi liderada pelo presidente do SEEB/SE, Adilson Azevedo, e ainda contou com a economista do Escritório Estadual do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Flávia Rodrigues. “Nós nos surpreendemos com a operação anunciada pelo jornal Valor Econômico e imediatamente nos posicionamos contrário à medida. Avaliamos como uma operação precipitada, porque saiu à revelia do sindicato, dos funcionários e funcionárias do banco, dos clientes, ou seja do conjunto da sociedade sergipana”, afirmou Adilson Azevedo. Segundo os gestores do banco, “a intenção é que após a venda, o banco se torne locatário dos mesmos imóveis” e o objetivo seria “melhorar o fluxo financeiro da instituição com a expansão de crédito, além do balanço patrimonial”.
Para a diretoria do Sindicato dos Bancários, a princípio essa operação não se justifica, já que os resultados financeiros do Banese apontam crescimento em relação ao último balanço financeiro (2023).
Desempenho positivo do Banese
De acordo com a assessoria técnica do Dieese/SE, o desempenho financeiro do Banese foi positivo e consistente no 1º trimestre de 2024. Os principais destaques são crescimento do lucro líquido consolidado em R$ 17,4 milhões, após um aumento de 27% em 12 meses, devido a expansão da carteira de crédito. Também teve crescimento nas captações e aumento das receitas líquidas de juros. Já a rentabilidade sobre o patrimônio líquido atingiu 10,8%, após aumentos de 1,5 ponto percentual (p.p.) em 12 meses e 3,1 p.p em relação ao último trimestre anterior (4º trimestre de 2024). As receitas de prestação de serviços e tarifas também aumentaram 11% em 12 meses, alcançando R$ 56,5 milhões, impulsionadas por convênios, pacotes de serviços e tarifas de empréstimo comercial. Já a carteira de crédito atingiu 4,1 bilhões, após um crescimento de 13% em 12 meses e 2,5% na variação trimestral. O Dieese destaca que essa carteira de crédito é formada, principalmente, pela carteira comercial voltada ao segmento de Pessoa Física (PF), correspondendo a 63,4% do total, com crédito consignado (aquele que vincula o pagamento ao salário e representa a carteira de menor risco para o banco). Essa última carteira de PF cresceu 14,8% em 12 meses e 5,1% no trimestre. As despesas com crédito para liquidação duvidosa (PCLD) atingiram 27,1 milhões, após uma redução de 18,1% em 12 meses e de -0,7% no trimestre.
Fonte: Sindicato dos Bancários de Sergipe.