
O Banco Central vai rastrear os valores e remetentes que, nos últimos 30 dias, realizaram transferências para o Pix da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que fugiu para o exterior, conforme informações do Globo. A quebra do sigilo bancário da bolsonarista pode revelar se ela recebeu apoio financeiro para deixar o Brasil após sua condenação.
A determinação foi feita pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na decisão que instaurou um novo inquérito contra a parlamentar. “Ao Banco Central para que informe, detalhadamente, os valores e os remetentes de PIX para CARLA ZAMBELLI”, disse o ministro em sua decisão.
Na noite de quarta-feira (4), Moraes abriu um novo inquérito contra Zambelli, visando apurar obstrução de Justiça e coação no curso do processo da tentativa de golpe de Estado. O ministro também determinou que a Polícia Federal monitore e preserve o conteúdo publicado pela deputada em suas redes sociais.
“Em virtude de encontrar-se fora do território nacional, DEFIRO a possibilidade de que os esclarecimentos de CARLA ZAMBELLI SALGADO DE OLIVEIRA sejam dados por escrito e que a mesma seja notificada, inclusive, por seus endereços eletrônicos”, determinou o ministro.

Na mesma quarta-feira, Moraes determinou a prisão preventiva de Zambelli, que anunciou na terça-feira (3) sua saída do Brasil. A deputada foi condenada a 10 anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com o hacker Walter Delgatti Neto.
Antes de fugir, Zambelli fazia publicações em suas redes sociais pedindo doações, alegando que os recursos seriam usados para pagar as multas impostas pela Justiça. A investigação agora busca entender se parte dessas doações ajudou a financiar sua fuga internacional.