Banco Central divulga justificativas para a Selic a 15%; leia a ata

O Banco Central divulgou, nesta terça-feira 16, a íntegra da ata da reunião que decidiu, na semana passada, manter a Selic em 15% ao ano. O documento traz as análises feitas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) sobre os cenários políticos e econômicos e as justificativas do colegiado para a decisão sobre a taxa básica de juros.

De acordo com a ata, uma das justificativas para a Selic nas alturas é a incerteza do ambiente externo, principalmente diante da política econômica nos Estados Unidos. O país governado por Donald Trump tem liderado uma intensa guerra comercial. O Brasil, recentemente, ganhou um alívio nas taxas após encontro e ligações entre o norte-americano e o presidente Lula (PT). Ainda assim, o Copom diz que o “cenário exige cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica”.

O grupo também cita a inflação como motivadora da decisão sobre a Selic. “A inflação cheia e as medidas subjacentes seguiram apresentando algum arrefecimento, mas mantiveram-se acima da meta para a inflação”, avaliaram os membros do Copom. O grupo também citou a “trajetória de moderação no crescimento da atividade econômica” do Brasil e a “resiliência” do mercado de trabalho no País na análise que embasou a decisão sobre os juros.

Diante destes cenários, o Copom diz ver necessidade de manter a Selic nas alturas “por período bastante prolongado”, indicando não ter previsão de redução nas reuniões futuras. “A estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta”, justifica. “O Comitê seguirá vigilante e, como usual, não hesitará em retomar o ciclo de alta se julgar apropriado”, alerta em seguida.

A reunião da semana passada foi a última de 2025, o Copom volta a se reunir em 27 e 28 de janeiro, no primeiro encontro de 2026.

Leia a íntegra da ata:

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2ª maior taxa real do mundo

A Selic em 15% ao ano, definida na semana passada, é a maior desde julho de 2006 e a segunda maior taxa real de juros no mundo, segundo um monitoramento das consultorias MoneYou e Lev Intelligence.

Para calcular o índice real, leva-se em conta a taxa de juros “a mercado” — um referencial do que seriam juros tomados em uma operação real — e a inflação projetada para os 12 meses seguintes.

O Brasil tem uma taxa real de 9,44%, atrás apenas da Turquia, com 10,33%. Completam a lista dos dez primeiros Rússia, com 7,89%; Argentina, com 7,14%; México, com 4,21%; Indonésia, com 2,44%; Hungria, com 2,14%; África do Sul, com 2,07%; Israel, com 1,91%; e Filipinas, com 1,79%.

Expectativas do mercado

Apesar do Copom não dar pistas sobre quando pretende reduzir a Selic e fazer o alerta de que segue “vigilante”, o mercado financeiro tem uma redução da taxa de juros no radar para 2026. A análise aparece na mais recente versão do Boletim Focus, publicação semanal feita pelo BC a partir de entrevistas com a ‘Faria Lima’.

A estimativa dos analistas de mercado é que a taxa básica caia para 12,13% ao ano até o final de 2026. Para 2027 e 2028, a previsão é que a Selic seja reduzida novamente para 10,5% ao ano e 9,5% ao ano, respectivamente.

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