A Caixa Econômica Federal pode começar a operar no mercado de apostas esportivas online, conhecidas como “bets“, no Brasil. A sinalização foi dada pelo próprio presidente da instituição, Carlos Vieira.
“O mercado no Brasil tende a crescer muito nesse segmento. A Caixa quer estar presente e tem uma série de iniciativas construídas nesse sentido”, afirmou Vieira, na última quinta-feira 22, ao apresentar os resultados financeiros da Caixa no segundo trimestre.
A Caixa já solicitou uma autorização ao Ministério da Fazenda para poder atuar no mercado de apostas esportivas online. O banco se juntou a mais de cem instituições que já fizeram o mesmo pedido.
O banco é conhecido pelo seu monopólio na exploração dos jogos lotéricos no país. No primeiro semestre deste ano, as Loterias Caixa arrecadaram 12,3 bilhões de reais, o que representa um crescimento expressivo de 19% na comparação com o mesmo período do ano passado.
A projeção de Vieira é de que uma eventual entrada no mundo das apostas esportivas online faça com o banco público consiga angariar cerca de metade dessa arrecadação atual do setor de loterias. Na prática, portanto, a intenção é que a iniciativa injete mais de 6 bilhões de reais aos cofres da CEF.
Apesar de contar com 3,3 mil pontos físicos no País, o plano da instituição é competir de maneira mais direta com operadores de apostas esportivas. A ideia de atuar com jogos online, conhecidos como e-Games, não está descartada.
Ao argumentar os motivos pelos quais a Caixa entraria no universo das bets, Vieira chamou a atenção para os efeitos sociais da empreitada.
“Parte significativa do que fazemos, em média 46% das tributações em cima das loterias são destinadas a esse público que precisa de assistência. A Caixa, por ser um banco de natureza pública, 100% pública, o nosso principal sócio e a sociedade brasileira”, afirmou o presidente da instituição.
Este ano, o País se vê às voltas da regulação do mercado de apostas esportivas online. A partir de 1º de janeiro de 2025, a empresa que atuar sem autorização poderá receber multa.
Além disso, uma portaria do Ministério da Fazenda publicada em maio estabeleceu que as empresas devem pagar uma outorga de 30 milhões de reais, válida por cinco anos.
Há, ao mesmo tempo, uma preocupação crescente com o vício. As apostas já têm, segundo projeções oficiais, impactado de forma significativa os orçamentos de famílias de classe mais baixas (D e E).