No último dia 19 de março, os bancários do Rio de Janeiro denunciaram o fechamento definitivo de mais uma agência do Bradesco. Desta vez, foi a dependência no centro do Rio. A direção do Bradesco anunciou que a unidade da agência da Rua Rodrigo Silva, no Castelo, Centro da cidade do Rio de Janeiro, encerrará suas atividades nesta sexta-feira (21).
O encerramento da agência no Centro do Rio se soma às milhares de agências e postos de atendimento já encerrados no último período. Segundo informações do balanço do próprio banco, divulgado em outubro de 2024, em um período de 12 meses, houve o fechamento de 399 unidades físicas e 734 postos de atendimento. Em consequência dessa política, ocorreram 2.084 demissões no mesmo período.
De acordo com a diretoria do Sindicato dos Bancários do Rio, em relação ao fechamento da agência no Castelo, “os bancários estão apreensivos em relação aos empregos” e cobram da direção do banco que preserve os postos de trabalho dos funcionários. O banco informa que os trabalhadores serão realocados para a agência Rio Branco, mas essa unidade já se encontra superlotada, inclusive devido a outras incorporações resultantes de fechamentos anteriores de agências e dependências bancárias.
A questão dos fechamentos de agências e dependências bancárias é uma política geral dos banqueiros que, para justificarem sua estratégia, utilizam a desculpa esfarrapada da concorrência com fintechs, pressões regulatórias e transformação em agências digitais. Além disso, alegam, conforme a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que a decisão de abrir ou fechar um posto de atendimento é tomada individualmente pelos bancos com base na estratégia de negócios e que estão adequando suas estruturas à “nova realidade do mercado”. Ou seja, traduzindo para o português: para que mantenhamos os nossos lucros, que se lasque a população e os trabalhadores.
Sempre é bom lembrar que a atividade bancária, que deveria ter uma função pública de interesse de toda a população, é tratada pelos governos como um instrumento de enriquecimento de uma pequena elite de parasitas que vivem às custas do trabalho alheio. Tanto é assim que a população mais pobre é quem sofre com a política de fechamento de agências bancárias em todo o país. Nos municípios sem estrutura bancária, a população é obrigada a se deslocar para outras cidades para, por exemplo, sacar a aposentadoria ou receber benefícios como o Bolsa Família, percorrendo longas distâncias para ter acesso a serviços básicos.
Contra essa política de terra arrasada imposta pelos banqueiros à população e aos trabalhadores, que vêm sofrendo com as demissões e a precarização dos direitos trabalhistas, é preciso organizar imediatamente uma campanha vigorosa para que a atividade bancária seja um instrumento de toda a população. É necessário organizar comitês de luta em todos os locais de trabalho para mobilizar uma gigantesca resistência com o objetivo de barrar a ofensiva reacionária dos banqueiros que vêm, sistematicamente, lucrando às custas da miséria dos trabalhadores e da população em geral.