Bancários exigem aumento real e bancos sugerem precarizar direitos
Na próxima segunda-feira, 12/08, a categoria realiza um dia de mobilização em todo o país, exigindo proposta dos banqueiros
Por [nome], Spbancários
Aconteceu nesta quarta-feira, 07/08, a 6ª rodada de negociação da Campanha Nacional dos Bancários.
O Comando Nacional da categoria cobrou da Federação Nacional do Bancos (Fenaban) aumento real nos salários, aumento na PLR e melhorias nas demais cláusulas econômicas, como nos vales alimentação e refeição, diante dos significativos resultados financeiros dos bancos.
“No último ano, o lucro somado dos cinco maiores bancos totalizou R$ 108,6 bilhões. Entre 2013 e 2023, o lucro líquido real, acima da inflação, cresceu 169%. Em todo o período os bancos apresentaram lucro, mesmo durante a pandemia. A rentabilidade média do período ficou três vezes acima da inflação, o que reforça o bom desempenho dos bancos”, afirmou [nome], presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
“Durante a reunião, a Fenaban propôs precarizar os direitos, não vamos admitir. Semana que teremos nova reunião e queremos uma proposta digna, que dialogue com aumento de emprego, aumento real, mais direitos, igualdade salarial, não vamos aceitar que os bancários sejam precarizados por terceirizados, como tem feito o banco Santander”.
A inflação controlada e o mercado de trabalho aquecido contribuem para negociações salariais vantajosas.
Segundo levantamento do Dieese com mais de 6,7 mil negociações este ano, 86,1% dos reajustes foram maiores que o INPC. O ganho real médio conquistado foi de 1,59%.
Na consulta com a categoria, com mais de 45 mil pessoas, 93% dos trabalhadores apontaram o aumento real como prioridade; 63% apontam a PLR como prioridade e 51% apontam reajuste maior para VA e VR.
Bancos cobram tarifas altas e diminuem a remuneração dos trabalhadores
Os cinco principais bancos arrecadaram R$ 156,3 bilhões com prestação de serviços e tarifas bancárias em 2023, alta de média de 2,9%.
“Os bancos cobram taxas de juros abusivas, com cheque especial a 128% ao ano e 422% ao ano no rotativo do cartão de crédito. Apenas com as tarifas bancárias dos cinco maiores bancos são suficientes para cobrir 127% do total de despesas de pessoal”, afirma [nome].
Altos salários para os executivos. E para o trabalhador?
Para 2024, a previsão é que a remuneração média individual anual da Direção Estatutária dos quatro maiores bancos (Itaú, Santander, BB e Bradesco) chegue a R$ 9,2 milhões por diretor (a), aumento de 8% em relação a 2023.
O valor é 115 vezes maior do que a remuneração anual da função de escriturário (salário, 13º, férias, tickets, PLR). Considerando a remuneração média geral anual da categoria, o valor é 46 vezes superior.
*[nome] é jornalista, assessora de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região