Bancada do PT reage após perfis desaparecerem durante votação na Câmara

Logo da Meta. Foto: Cheng Xin/Getty Images

A Liderança da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados divulgou nota nesta quarta-feira (10) relatando o desaparecimento de perfis de parlamentares, lideranças e entidades do campo progressista nas redes sociais. O comunicado, assinado pelo deputado Lindbergh Farias, líder da bancada, afirma que o episódio ocorreu na noite de terça-feira (9), durante a votação de projeto relacionado à anistia a golpistas do 8 de janeiro.

Segundo o comunicado, alguns perfis deixaram de ser localizados tanto pelos mecanismos de busca das plataformas quanto por seus administradores e pelo público em geral. Entre os perfis atingidos estão os do presidente Lula, da ministra Gleisi Hoffmann e de parlamentares como Glauber Braga, Sâmia Bomfim e Maria do Rosário. A nota informa que as falhas foram registradas principalmente no Instagram.

A empresa Meta, responsável pela plataforma, informou que o problema estaria relacionado a uma falha técnica pontual no sistema de busca de contas, que teria atingido perfis de diferentes espectros políticos. A informação foi mencionada na nota divulgada pela bancada.

No documento, a liderança do PT afirma que há registros anteriores de denúncias relacionadas à atuação de plataformas digitais em episódios envolvendo contas de parlamentares e lideranças políticas. O texto também menciona a discussão sobre soberania digital no país.

Confira na íntegra: 

A Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados expressa profunda estranheza com o desaparecimento de diversos perfis nas redes sociais pertencentes a parlamentares do PT e do campo progressista, bem como de entidades e lideranças deste campo, ocorrido na noite de terça-feira (9 de dezembro), justamente quando a Câmara dos Deputados debatia e votava um projeto de lei voltado à anistia aos Golpistas do 8 de janeiro.

Conforme amplamente denunciado por ativistas digitais, alguns perfis sequer foram  localizados pelos mecanismos de busca das plataformas, pelos seus proprietários ou pelo público, notadamente no Instagram, pertencente à Meta.

A empresa atribuiu o problema a uma falha técnica pontual, restrita ao sistema de busca de contas, que atingiria perfis de diferentes espectros políticos. Entretanto, não é de hoje que há denúncias contra as plataformas digitais por sua atuação favorável à extrema-direita, em detrimento do campo democrático e popular.

O fato evidencia a urgência de o Brasil construir sua soberania digital. Uma sociedade plural e democrática não pode permanecer à mercê de Big Techs, que se movem por interesses estranhos à democracia e à soberania nacional, alinhadas à extrema-direita mundial e sem compromisso com o desenvolvimento econômico e social do País.

Reiteramos um alerta indispensável: qualquer forma de silenciamento, restrição ou invisibilização de nossas vozes, especialmente em período pré-eleitoral, configura um risco concreto à liberdade de expressão, ao pluralismo e ao debate público no país. A situação evidencia, de forma cristalina, a necessidade premente de regulamentação das plataformas digitais no Brasil, que contam com um gigantesco poder para tentar desestabilizar a democracia e suas instituições.

Brasília, 10 de dezembro de 2025.

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