
A Liderança da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados divulgou nota nesta quarta-feira (10) relatando o desaparecimento de perfis de parlamentares, lideranças e entidades do campo progressista nas redes sociais. O comunicado, assinado pelo deputado Lindbergh Farias, líder da bancada, afirma que o episódio ocorreu na noite de terça-feira (9), durante a votação de projeto relacionado à anistia a golpistas do 8 de janeiro.
A empresa Meta, responsável pela plataforma, informou que o problema estaria relacionado a uma falha técnica pontual no sistema de busca de contas, que teria atingido perfis de diferentes espectros políticos. A informação foi mencionada na nota divulgada pela bancada.
No documento, a liderança do PT afirma que há registros anteriores de denúncias relacionadas à atuação de plataformas digitais em episódios envolvendo contas de parlamentares e lideranças políticas. O texto também menciona a discussão sobre soberania digital no país.
Instagram sumiu com os perfis de Lula, Glauber Braga, Érika Hilton e outros políticos da esquerda na barra de busca. Para acessar os perfis, somente jogando no Google e clicar no link… Vai procurar do Bolsonaro agora. 🤡 pic.twitter.com/cvnS8OAjWW
— AllDream (@aldrincordeiro) December 10, 2025
Confira na íntegra:
A Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados expressa profunda estranheza com o desaparecimento de diversos perfis nas redes sociais pertencentes a parlamentares do PT e do campo progressista, bem como de entidades e lideranças deste campo, ocorrido na noite de terça-feira (9 de dezembro), justamente quando a Câmara dos Deputados debatia e votava um projeto de lei voltado à anistia aos Golpistas do 8 de janeiro.
Conforme amplamente denunciado por ativistas digitais, alguns perfis sequer foram localizados pelos mecanismos de busca das plataformas, pelos seus proprietários ou pelo público, notadamente no Instagram, pertencente à Meta.
A empresa atribuiu o problema a uma falha técnica pontual, restrita ao sistema de busca de contas, que atingiria perfis de diferentes espectros políticos. Entretanto, não é de hoje que há denúncias contra as plataformas digitais por sua atuação favorável à extrema-direita, em detrimento do campo democrático e popular.
O fato evidencia a urgência de o Brasil construir sua soberania digital. Uma sociedade plural e democrática não pode permanecer à mercê de Big Techs, que se movem por interesses estranhos à democracia e à soberania nacional, alinhadas à extrema-direita mundial e sem compromisso com o desenvolvimento econômico e social do País.
Reiteramos um alerta indispensável: qualquer forma de silenciamento, restrição ou invisibilização de nossas vozes, especialmente em período pré-eleitoral, configura um risco concreto à liberdade de expressão, ao pluralismo e ao debate público no país. A situação evidencia, de forma cristalina, a necessidade premente de regulamentação das plataformas digitais no Brasil, que contam com um gigantesco poder para tentar desestabilizar a democracia e suas instituições.
Brasília, 10 de dezembro de 2025.