Na segunda reunião ministerial do governo Lula deste ano, realizada nesta terça-feira (26), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, apresentou um balanço das principais ações desses dois anos e oito meses de gestão. “Quando se compara o antes e o depois, em todos os itens, sem exceção, os resultados são muito mais positivos”, avaliou o ministro.
Do ponto de vista social, ele destacou como uma das principais conquistas obtidas a retirada do Brasil do Mapa da Fome, da ONU, bem como o fato de o país ter alcançado “os menores índices da história de pobreza e de extrema pobreza”, além da redução da desigualdade em 4,7%, menor nível desde 2012. Ao todo, 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza e 3,1 milhões a extrema pobreza até 2023.
O balanço foi feito após fala de abertura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que criticou as interferências de Donald Trump no Brasil, reafirmou a defesa da soberania nacional e classificou como grave traição à pátria a atuação de Eduardo e Jair Bolsonaro para instigar os EUA contra o Brasil.
Educação
Ao elencar as principais ações desse período no âmbito educacional, Costa apontou que o programa Pé-de-Meia está atendendo 5,6 milhões de jovens. Já no caso das escolas de tempo integral, relatou que foram feitas mais de 1,4 milhão de novas matrículas e que houve um “aumento consistente” nas inscrições no Enem, com 73% dos mais de 1,9 milhão de estudantes concluintes do ensino médio da rede pública confirmando sua participação no exame.
Outro ponto importante diz respeito às creches: duas mil delas tiveram suas obras retomadas e mais de 1,6 foram obras novas, totalizando a entrega de 3,6 mil novas unidades.
Saúde
Na área da saúde, mereceu destaque o recorde de cirurgias eletivas feitas pelo SUS. Foram 14 milhões de procedimentos realizados em 2024, salto de 37% sobre 2022, o último ano do governo de Jair Bolsonaro.
Além disso, o governo aponta a execução de 12 mil procedimentos de saúde em mutirões de hospitais universitários e outros 14 mil em mutirões focados em áreas indígenas.
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Também foi destacada a entrega de dez mil kits de Telessaúde até 2026, bem como 800 Unidades Odontológicas Móveis e mais de 3,7 mil ambulâncias do Samu. Do ponto de vista da atenção especializadas, foi apontada a entrega, até 2026, de 192 unidades, 24 hospitais e 101 policlínicas.
Energia, gás e água
Ainda conforme o balanço, 60 milhões de brasileiros passaram a ter energia elétrica de graça e, com o programa Gás do Povo — que será enviado em breve ao Congresso Nacional — a expectativa é atender mais de 15,5 milhões de famílias, o que representa mais de 46 milhões de brasileiros.
“Esse programa vai garantir um botijão de gás para as pessoas de baixa renda, uma forma de favorecer, ajudar a quem não tem condições de pagar pelo gás e ainda utilizam lenha, carvão ou querosene para cozinhar”, acrescentou Costa.
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Segundo o ministro, uma das áreas com melhor desempenho do ponto de vista da execução física e financeira é o programa Água para Todos, que compõe o PAC, com recursos da ordem de R$ 4,3 bilhões.
Ao todo, até o momento, 15 obras já foram concluídas, das quais 103 km de sistema de adutoras. Outras 42 obras serão entregues. Além disso, mais de 95 mil famílias foram beneficiadas por sistemas simplificados e cisternas e o objetivo é que outras 90 mil sejam atendidas até 2026.
Moradia
O governo também anunciou que está sendo preparado, com lançamento previsto para setembro, um programa que possibilitará às famílias que vivem em unidades do Minha Casa, Minha Vida reformar sua moradia. O investimento previsto é de R$ 30 bilhões até o final de 2026.
O MCMV já contou com a contratação de 1,7 milhão de moradias, das quais 1,38 milhão já foram entregues. A previsão é que até 2026, o total chegue a 3 milhões. No caso da modalidade voltada à classe média, lançada em junho deste ano, nove mil moradias foram contratadas e, até o fim do ano, devem chegar a 27 mil.
Emprego e renda
Do ponto de vista do emprego e da renda, Rui Costa salientou a redução histórica do desemprego, que hoje está em 5,8%, com mais de 102,3 milhões de pessoas ocupadas, segundo dados da Pnad do IBGE entre os meses de abril e junho.
Da mesma forma, houve crescimento recorde do rendimento mensal médio do trabalho, que está em R$ 1.497, bem como do salário real, que cresceu 9% nos últimos dois anos.
Campo, meio ambiente e indústria
No que diz respeito às iniciativas voltadas ao campo, o ministro relatou a abertura de 400 novos mercados para 249 produtos em 72 países, blocos e territórios, o que resultou US$ 1,73 bilhão a mais em exportações agropecuárias, bem com a concessão do maior Plano Safra da história, num total de R$ 594,4 bilhões e o aumento de 47% do Pronaf.
Outro aspecto ressaltado foi a retomada da reforma agrária — com o assentamento de mais de 17 mil novas famílias e 52,5 mil títulos concedidos.
Também foram lembrados os R$ 109 bilhões investidos no Rio Grande do Sul para a reconstrução do estado após as enchentes de 2024. Isso possibilitou o crescimento da economia gaúcha em 4,9% no ano passado, índice superior aos 3,4% alcançado pelo país.
Com relação à questão ambiental, o ministro destacou a redução do desmatamento na Amazônia — que em 2024 foi menos do que a metade do registrado em 2022 — e no Cerrado — que foi 31% menor nesse mesmo período. Ao mesmo tempo, houve significativa queda nos focos de queimadas em todos os biomas, de um total de 22,4 mil em 2024 para 9,8 mil em 2025.
Quanto à indústria, Rui Costa relatou o segundo maior crescimento dos últimos dez anos, por meio de iniciativas como o Crédito para a Indústria 4.0 (R$ 12 bilhões para a compra de novas máquinas); Nova Indústria Brasil (com R$ 516 bilhões para o Plano Mais Produção) e o Mover (com R$ 19 bilhões de créditos financeiros que alavancaram R$ 130 bilhões de investimentos), entre outras ações.
Além disso, de um total de investimentos de R$ 1,3 trilhão previstos para 2023 a 2026, segundo Costa, R$ 818 bilhões já foram financeiramente executados, incluindo o PAC. A apresentação ainda listou avanços em outras áreas, entre as quais transportes e transição energética.
