A empresa Azul Linhas Aéreas entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. A medida, conhecida como Chapter 11 no país norte-americano, foi comunicada pela própria Azul nesta quarta-feira 28.
Segundo a companhia, o pedido de recuperação judicial poderá eliminar mais de 2 bilhões de dólares em dívidas. Além disso, a ideia é que seja feita uma reestruturação de 1,6 bilhão de dólares em financiamento. A Azul também pretende obter 950 milhões de dólares em novos aportes de capital.
A empresa justificou o pedido de recuperação por uma série de fatores, como os efeitos da pandemia de Covid-19, a alta nos preços do combustível de aviação (QAV) e a desvalorização do real diante do dólar.
Assim, os contratos indexados à moeda norte-americano acabaram se tornando mais custosos para a Azul. O cenário inflacionário no mundo teria reduzido as margens operacionais da companhia aérea, que também se viu pressionada pelo aumento das taxas de juros.
Como o pedido foi feito nos Estados Unidos, a Azul poderá lançar mão de uma ferramenta conhecida como Debtor-in-Possession Financing (DIP Financing), que serve para obter um financiamento prioritário. Na prática, a empresa poderá, por decisão judicial, obter liquidez durante o processo de recuperação. Essa é uma forma de não deixar de operar.
No futuro, a ideia da Azul é obter aportes da United Airlines e da American Airlines. Essa informação foi repassada em comunicado ao mercado feito pela companhia. A United, por exemplo, tem 2,08% das ações preferenciais da Azul, e poderia realizar um investimento da ordem de 300 milhões de dólares.